Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Mosteiro de Tibães
Região Norte
Distrito Braga
Concelho Braga
Freguesia Mire de Tibães
Data de criação XVII
Tipo de proprietários Estado
Tipo de proprietários Proprietário privado
Informação de contacto Rua do Mosteiro4700565, Mire de TibãesTel: +351 253 622 670Tel: +351 253 623 950Fax: +351 253 623 951E-mail: msmtibaes@culturanorte.pt
Página web: http://www.mosteirodetibaes.org/
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=11787
Localização Coordenadas: 41º 33' 19,73''N, 08º 28' 43,63''W
Latitude: 41.5554805555556
Longitude: -8.47878611111111

História

Landim é nome antigo e já no início do século XII aparece este mosteiro fundado pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho nas terras ricas do Julgado de Vermoim, atual concelho de Vila Nova de Famalicão. Foi sendo acrescentado ao longo dos séculos, passando pela mão de várias figuras como o Cardeal-Bispo de Viseu, D. Miguel da Silva , responsável pela grande reforma arquitetónica do mosteiro no século XVI, do Cardeal Alexandre Farnésio e, na segunda metade do século XVI, ficou definitivamente na posse do Convento de Santa Cruz de Coimbra. Espera-nos por isso um lugar bem escolhido e com água, cheio de história e séculos de plantações que os cónegos foram acumulando e mantiveram na sua cerca. (Castel-Branco, 2014)

Envolvente do jardim

Situa-se nas faldas do Monte de São Gens na sua encosta N., na margem esquerda do rio Cávado, a cerca de 6 Km. da cidade de Braga. Acesso por amplo terreiro onde se localiza o Cruzeiro de Tibães, ligado a caminho que conduz ao cemitério, que ladea a igreja, a N., e ao mosteiro. A S. localiza-se o aqueduto que abastecia o mosteiro. A rocha que predomina na zona é o xisto bastante meteorizado. Tem vistas para o vale do Cavado a partir da Capela de São Bento, implantada na cerca. (http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=11787)

Descrição do jardim

A imagem de chegada é marcada por uma arquitetura grandiosa e na portaria as enormes lajes, afundadas pelos rodados das carroças que ali entraram ao longo de quase mil anos, preparam-nos para um encontro com um tempo antigo e a austeridade de uma contínua vivência conventual. A história do convento remete-nos para o século XI com o apogeu como sede da ordem Benedictina durante o período pós-filipino. Uma grande ligação ao Brasil vai ter reflexos nas obras da cerca, onde é evidente a vontade de marcar a Natureza com uma presença erudita expressa por uma geometria clara e elaborada decoração, ambas próprias do período barroco. No entanto a interface entre o mosteiro e a cerca é simples. Os terrenos agrícolas chegam quase até à fachada sul da grande construção que assenta no fundo da encosta e, armados em terraços, garantiam a produção para o convento. O caminho dos monges fazia-se por baixo de latadas de vinha transversais aos terrenos agrícolas e a dicotomia do espaço rural e da erudição do estilo barroco surge logo a seguir, pois na mesma latada, de um lado temos esteios rudemente cortados e do outro colunas bem esculpidas. Depois de atravessarmos a parte construída do mosteiro, a sua presença acompanha-nos na subida à mata ligando visualmente a cerca à grande parede branca encimada por longos telhados com chaminés, torre sineira e janelas desencontradas e sem geometria pré definida. Estes caminhos que levavam aos pontos trabalhados da cerca eram confortáveis e andava-se à sombra do buxo parando em bancos ornamentados, em direção à peça de maior fôlego: o escadório talhado na encosta e levando ao ponto mais alto donde a capela de S. Bento marcava o ponto de vista da paisagem completa. Quando o desenho de água é integrado num escadório de granito cortado por patamares onde repuxa a água no meio de esculturas, o efeito é sempre de grande qualidade e extraordinário para refrescar o ar. O eixo de água da Vila Lante e o corrimão de água nos jardins de Boboli, foram especializando estes efeitos que encontramos aqui mais perto, mas em ziguezague, no Bom Jesus de Braga e no Santuário de Nª Sª dos Remédios. Em Tibães a encosta é mais suave e os lances de escada não ziguezagueiam, antes sobem a direito, talhados no olival antigo. Ao subir o escadório de água, não sabemos se o remate da escada é uma fiada de oliveiras interrompida por estátuas de granito ou se é o enfiamento de estátuas de onde alternadamente espreitam oliveiras. De novo o diálogo entre escultura barroca e campos agrícolas é original e de grande beleza. O cimo desta ascensão entre água, granito talhado, oliveiras e degraus é coroado por uma capela como encontramos também nos outros escadórios de Lamego e de Braga, como uma moda do Barroco nortenho. O lago elíptico que marca o centro do adro da capela é cercado por um muro que mais parece uma escultura pelo seu ornamento ondulado. A sombra e os bancos do alpendre convidam a parar e descansar e devem ter sido muito procurados pelos monges e suas visitas. Dali se desce para a mata de castanheiros e sobreiros por caminhos íngremes que nos levam surpreendentemente a um tanque elipsoidal talhado a meio da encosta. A sua forma de encaixe volta a ser original com o muro de suporte arredondado prolongando um dos arcos da elipse. Duas pirâmides rematam este grande muro de granito já todo coberto de musgos. Se continuarmos a descer saímos da sombra e voltamos aos terraços agrícolas ensolarados e entrecortados de pérgulas que levam ao claustro e à portaria. (Castel-Branco, 2014)

Informação administrativa

Estatuto: Público (estatal)

Classificação: IIP - Imóvel de Interesse Público

Instrumento legal: Decreto n.º 129/77 "DR I-Série" n.º 226 (29/09/1977)

(Ver Decreto)

Superfície: cerca de Xha

Botanica

Principais espécies botânicas presentes: Pinus pinea, Eucalyptus globulus, Quercus robur, Quercus pyrenaica, Ilex aquifolium, Laurus nobilis, Corylus avellana, Arbutus unedo, Acer pseudoplatanus, Ruscus aculeatus, buxus sempervirens, prunus lusitanica, Crataegus monogyna, Castanea sativa.

Clima

(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)

Tipo de clima: Csb - Clima mediterrânico com verão seco e temperado (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.0 ºC (em agosto); a menos elevada, 13.7 ºC (em janeiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 21.4 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 9.0 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 14.9 ºC (em julho); a menos elevada, 4.3 ºC (em janeiro)

- Temperatura média anual: 15.0 ºC

Precipitação: 1448.6 mm (precipitação total média anual)

Bibliografia

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=11787

CASTEL-BRANCO, Cristina. Jardins de Portugal, Lisboa,CTT, 2014

Documentos iconográficos

Localização

Carta de Declives

Carta de Exposições Solares

Carta de Bacias Visuais