A quinta localiza-se em àrea urbana, na periferia de Borba, em zona baixa e plana. A partir da fachada poente do edifício principal desenvolve-se a quinta, com organização ortogonal, folhas de cultura adjacentes à produção de citrinos e de arvenses, adjacentes à vila.

A Quinta do General obedece à tipologia de quinta de recreio maneirista, mantendo a estrutura inicial do jardim, de grande riqueza compositiva que associa a produção agrícola ao lazer. A casa insere-se na estrutura da arquitectura solarenga seiscentista, de planimetria em U desenvolvida horizontalmente com alçados de linhas sóbrias e austeras inspiradas na tratadística italiana, sendo o ritmo marcado pelas fenestrações. A fachada mais importante é a que dá para o jardim e é aí que se encontra a pedra de armas dos Mello e Castro, na varanda sobre o jardim de buxo. A simetria desta fachada não consegue ser respeitada a leste pois a abóbada da casa de fresco que se construíu à volta da nascente interrompe o correr da varanda e chama a atenção para a caleira cheia, os azulejos e o tanque de água sempre a correr que inunda os bancos por baixo de uma pérgula onde se vinha apanhar o fresco. O jardim de buxo, de desenho quadripartido, é alto e definido por dois eixos perpendiculares entre si. Na intersecção dos eixos (centro) localiza-se uma fonte de pedra com duas taças maneiristas e tanque octogonal. O jardim é ladeado do lado direito por uma parede com janelas decoradas com ferro forjado e painéis de azulejo do séc. XVIII. O eixo principal remata num altar adossado ao muro lateral da capela, com bancos de azulejos enxaquetados. Um muro alto, longo e recto, define o espaço das missas e da mata e separa-o do jardim. Tem bancos com costas trabalhadas e, no fim, um arco que quase parece ser de triunfo. Para a mata prossegue-se em grandes eixos marcados por alamedas de árvores que dão frescura a todo o conjunto. Descobre-se então o grande eixo sul com um alinhamento de lódãos e, com o ar romântico de um semi-abandono, o tanque da Hidra de um lado e a fonte de espaldar do Tritão do outro. A Quinta do General em Borba tem dentro dos seus muros três nascentes. A meio da alameda a fonte do Mergulho é uma nascente transformada em tanque rebaixado, com os bancos por baixo de água e uma mesa no centro, com o pé na água. Por cima do tanque do Mergulho um arco ultrapassado teve um dia uma função agora perdida - e na sua caminhada para a ruína reflecte-se em simetria na água e torna a fonte mais completa, mais bonita e mais insólita. Existe também um tanque que dizem que servia para os cavalos tomarem banho; uma rampa desce de um dos lados não deixando dúvidas que, como noutros tanques preparados com rampas, os cavalos entravam na água, eram limpos e até se banhavam para se preparem para novos assaltos. Um laranjal segue o desenho quadripartido protegido por altas sebes de buxo, também com uma fonte ao centro. A quinta é rica em água, há linha de água a céu aberto, resultado do represamento da ribeira de Borba evidente entre pedras e condutas também abertas em tijolo ou pedra e no lago naturalizado, onde em tempos andavam pequenos barcos de recreio.