O Parque da Cidade estende-se a Norte da Avenida da Boa Vista até ao mar, e ocupa 83 hectares. (Castel-Branco, 2014)

A estrutura de bosquetes, clareiras, lagos e elementos construídos utiliza as técnicas de Humphrey Repton do século XIX, mantendo o sistema de drenagem natural, uma paisagem pastoril e percursos sinuosos, criando no seu todo um funcionamento equilibrado. Contribuíram para este efeito os “eyecatchers”, elementos que chamam a atenção, introduzidos pelos paisagistas do século XIX inglês: neste parque são construções a imitar ruínas, que reutilizaram as pedras das demolições dos assentos de lavoura existentes nas quintas que outrora ocupavam a área do parque. As estadias e os muretes que delimitam a estrada de entrada são construídos também com grandes pedras das demolições e oferecem pontos de repouso e paragem com qualidade. Vários elementos âncora do Parque, como o anfiteatro e o Núcleo rural de Aldoar, recuperados com o projeto de João Rapagão e César Fernandes, constituem um ponto de encontro social com restaurante, salão de chá, centro de educação ambiental e clube de póneis, onde se vive um ambiente que pretende ser rural. Os moradores mais próximos e os visitantes usam o parque para ciclismo, jogging ou passeio, e os caminhos largos em saibro permitem uma grande diversidade de atividades. Nos fins de semana muitas festas de crianças, piqueniques de grupos e recreio de famílias pontuam o parque de manchas de cor sobre o fundo verde-escuro dos densos bosques, que contrasta com o verde dos prados. O parque da cidade prossegue ao longo do vale até ao mar e nesta frente marítima mudou de projetista. Tendo sido chamado em 1999 o Arq. Solá Morales com a Arq. Paisagista Beth Figueiras para resolver esta ligação do parque com o mar, fizeram-no com êxito removendo um aterro que cortava a ribeira da frente marítima, procurando devolver ao vale e ao parque a vista, a luz e o sentir do mar. A solução encontrada de renaturalização, e que é referido como inovação é ao fim e ao cabo a mais antiga forma de terreno - agora desenhada para o percorrermos com conforto. A presença de lagos e a proximidade do mar foi permitindo a fixação de uma avifauna de interesse que se pode observar a partir dos pontos de estadia e ao longo dos caminhos. Desde as gaivotas que formam pintas brancas paradas em bando ou dentro de água, até à garça-real, veem-se no parque gansos, patos bravos e cisnes que já aí vivem. O Parque da Cidade foi selecionado no ano 2000 como “uma das 100 obras mais notáveis construídas do século XX em Portugal” pela Ordem dos Engenheiros. (Castel-Branco, 2014)