Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Palácio dos Marqueses de Fronteira
Região Grande Lisboa
Distrito Lisboa
Concelho Lisboa
Freguesia São Domingos de Benfica
Data de criação XVII
Tipo de proprietários Associação ou fundação
Informação de contacto Largo de São Domingos de Benfica, 11500-554 LisboaTel: +351 217 784 599E-mail: fronteiraalorna@mail.telepac.pt
Página web: http://www.fronteira-alorna.pt/index.htm
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5599
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/en/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71199
Localização Coordenadas: 38º 44' 24.81''N, 09º 10' 49.58''W
Latitude: 38.740225
Longitude: -9.18043888888889

História

D. João de Mascarenhas, segundo conde da Torre, manda construir um pequeno palácio de veraneio num lugar chamado de Morgado Novo. Não se sabe exactamente a data desta construção, mas pode-se situá-la entre 1665 e 1669. Este conjunto arquitetónico, inicialmente apenas composto por um edifício de planta quadrangular, vai erguer-se junto a uma capela, datada de 1548 e de um convento de 1399. Em 1670, D. João de Mascarenhas recebe o título de Marquês da Fronteira pelo rei D. Afonso VI como recompensa pelos feitos militares durante a guerra da Restauração da Independência. O palácio e os jardins terão sido inaugurados, na presença do príncipe-regente D. Pedro, entre 1671 e 1672. Após o terramoto de 1755 que abalou a cidade de Lisboa, e que destruiu o palácio residencial da família, estes mudaram-se para esta propriedade que tinha sobrevivido à catástrofe, e fizeram dela a sua residência, fazendo uma ampliação da ala ocidental do palácio. Ainda no mesmo século, a residência vai sofrer alterações, transformando o lago que rodeava parte do palácio num terraço. Já no século XIX, foi fechada a loggia da fachada norte, que mais tarde foi reaberta. Em 1982 o palácio foi classificado como Monumento Nacional e os jardins, em 1994. Integrados numa zona especial de protecção. Em 1989 foi criada, por Fernando Mascarenhas, Mafalda Osório Mascarenhas, Maria Margarida George e Frederico George, a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna que gere, actualmente, esta propriedade. Esta fundação visa a proteção e divulgação deste património, promoveu o restauro histórico dos espaços verdes e organiza visitas e eventos.

Envolvente do jardim

O palácio, situado no sopé da serra de Monsanto, tem um enquadramento urbano, sobretudo à direita, com o crescimento da cidade. A oeste e a sudoeste, o palácio é limitado pela grande massa verde de Monsanto, sendo a sul e a este delimitado por um pequeno núcleo urbano de pequenas casas e, a norte pela estrada Rua S. Domingos de Benfica. Nas redondezas pode encontrar-se a Capela dos Castros e a Igreja da Nossa Senhora do Rosário. Ainda a referir a linha ferroviária situada ainda a alguma distância, tal como uma via rápida urbana, a Radial de Benfica.

Descrição do jardim

O palácio de forma complexa é composto por várias fachadas de diferentes séculos, desde fachadas com um aspeto mais erudito que formam as principais fachadas a outras revestidas por azulejos ao nível do piso nobre. O corpo central do palácio, de forma quadrangular, é composto por duas torres ligeiramente destacadas do resto do conjunto. Existiriam mais duas torres, mas que atualmente apenas se encontram vestígios. A sul e a nascente do palácio encontram-se os jardins, que tiveram influências italianas, francesas e islâmicas e, tiveram como tema a celebração da Restauração da Independência. A nascente, no terraço principal, está o Jardim Formal, composto por parterres de buxo e por cinco fontes com repuxos. A sul do jardim, o denominado Tanque dos Cavaleiros forma um espelho de água que reflete a Galeria dos Reis, que se encontra adjacente a este, e que tem cerca de 10 metros de altura. A nível do Tanque dos Cavaleiros pode-se observar um conjunto de catorze painéis representando cavaleiros e que se arrumam em quatro conjuntos de três intercalados por três grutas enquanto, os outros dois painéis encontram-se nas paredes laterais limitantes das escadas que dão acesso à Galeria dos Reis. As paredes do Tanque dos Cavaleiros estão decoradas com embrechados tal como o teto das três grutas. Já a Galeria dos Reis é toda revestida e decorada com azulejos e tem a representação de todos os reis portugueses até D. Pedro II, excluindo os Filipes, em bustos colocados em nichos. À esquerda do Tanque dos Cavaleiros e da Galeria dos Reis entra-se no Jardim de Vénus, este num patamar acima, de forma irregular e com uma fonte a meio ao gosto renascentista, a Fonte de Vénus. A norte deste jardim está o terraço da Carranquinha e respetiva fonte, enquanto a sudoeste a Casa de Fresco com embrechados no interior e no exterior, tal como azulejos e fontes no interior, liga-se com o Lago dos SS’s, de forma elíptica e revestido a azulejos, guarnecido com estátuas e repuxos. É circundado por bancos com azulejos que escondem repuxos inseridos nas rochas ou paredes, os giochi, elementos usado no Renascimento italiano, que molhavam os visitantes de surpresa. Do lado mais direito da propriedade, pode-se ver o Jardim do Laranjal, obra mais recente do palácio, que data do século XXI. Este pretende o prolongamento do jardim através de uma peça artística contemporânea. O desenho dos talhões foi inspirado na simetria dos talhões de buxo. É composto por lagos e canais revestidos de azulejos com cariz contemporâneo, que servem tanto de irrigação como de ornamento, tal como eritrinas para reforçar as já existentes, ciprestes, romãzeiras e vários citrinos.

Informação administrativa

Estatuto: privado

Classificação: MN - Monumento Nacional

Instrumento legal: Decreto n.º 28/82 "DR I série" n.º 47 (26/02/1982)

(Ver Decreto)

Proteção: ZPE - Zona Especial Proteção

Instrumento legal: Portaria n.º 1094/94 "DR I série-B" n.º 283 (09/12/1994)

(Ver Portaria)

Superfície: cerca de 6 ha

Botanica

Características botânicas notáveis: A quinta, para além do palácio, é constituída por uma mata, que incorpora árvores de folhas persistentes autóctones, que eram características da envolvente da quinta, e, ainda por uma vertente mais agrícola e produtiva, abrangendo hortas, pomares, vinhas e roseirais.

Principais espécies botânicas presentes:Quercus rotundifolia; Olea europea; Cupressus semperviresn; Laurus nobilis; Arbutus unedo; Phyllirea latifolia; Ruscus aculeatus, Coronilla valentina; Erytrina; Punica granatum; Citrus x sinensis:

Fisiografia topográfica

Cotas altimétricas: entre 50 a 100 metros

Presença de áreas inundáveis: Não

Presença de lençol freático: Não

Presença de água: nascentes e minas, dentro e fora da propriedade, linha de água que atravessa o jardim, seca no verão, caudalosa no Inverno e, atualmente encanada. Serve de descarregador do Aqueduto das Águas Livres.

Pedología

Substrato litológico: substrato basáltico e calcário

Presença de sistema de rega: Sim

Clima

(Dados do Instituro Português do Mar e do Ambiente)

Tipo de clima: Csa - Clima temperado mediterrânico, verão seco e quente (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 14.8 ºC (em janeiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.5 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.6 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 18.6 ºC (em agosto); a menos elevada, 8.3 ºC (em janeiro)

- Temperatura média anual: 17.4 ºC

Precipitação: 774 mm (precipitação total média anual)

Vento: Vento predominante de noroeste, porém o jardim encontra-se protegido destes pela colina de Monsanto

Intrusões cénicas presentes na envolvente

Autoestrada: não

Estrada: sim

Via de caminho de ferro: sim

Outras infraestruturas: sim

Exploração agrícola poluente: não

Indústria: não

Central de produção de energia: não

Fauna: não

Actividades e eventos

Actividades: realização de alguns cursos e exposições ao longo do ano e torneios de bridge uma vez por mês

Eventos: alguns dos espaços disponíveis para a realização de eventos externos

Bibliografia

CASTEL-BRANCO, Cristina. Os jardins dos Vice-Réis. Alfragide: Oceanos, 2008

CASTEL-BRANCO, Cristina [et al.]. A água nos jardins portugueses. Lisboa: Scribe, 2010

DE STOOP, Anne. Quintas e Palácios nos arredores de Lisboa. Barcelos: Livraria Civilização Editora, 1986

Fundação das Casas de Fronteira e Alorna. Palácio. [Internet] [Consultado a 14 jan 2014] Disponível em: http://www.fronteira-alorna.pt/

SIMÕES, Paula. Quinta dos Marqueses de Fronteira. [Internet] Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, 1997. [Consultado a 14 jan 2014]. Disponível em: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5599

DGPC. Palácio, jardins, horta e mata dos marqueses de Fronteira. [Internet] [Consultado a 14 jan 2014] Disponível em: http://www.patrimoniocultural.pt/en/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71199

Documentos iconográficos

Características do parque/jardim

Tipologia de jardim : À italiana/renascentista, Contemporâneo

Elementos decorativos : Fonte, Escultura, Azulejaria, Tanque, Casa de Fresco, Giochi, Embrechados

Estatuto : Privado

Abertura ao público : Bilhete de entrada

WC : sim

Classificado : Monumento Nacional

Mobilidade reduzida : limitado