Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Jardim do Palácio de Sant'Ana |
Região | Açores |
Distrito | S. Miguel - Açores |
Concelho | Ponta Delgada |
Freguesia | Ponta Delgada (matriz) |
Data de criação | XIX |
Tipo de proprietários | Estado |
Informação de contacto | Rua José Jácome Correia9500-077 Ponta DelgadaTlf: +351 296 301 000Fax: +351 296 283 697e-mail: presidencia.palacios@azores.gov.pt |
Página web: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/pgra/livres/Pal%C3%A1cios+da+Presid%C3%AAncia.htm | |
Página web: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=8213 | |
Localização | Coordenadas: 37°44'52.5"N, 25°40'18.9"W Latitude: 37.7479138888889 Longitude: -25.6719277777778 |
Originação | Autor: Isabel Albergaria |
Aristocratic elegance is the wallmark of this 19th-century garden and palace which preserve, like no other, the Victorian spirit conveyed by its original design. The large formal designed parterre extends to the neoclassical palace façade. For several generations, this was Jácome Correia’s family residence. Nowadays, it is the official residence of the Azorean Region's President and is a well-maintained garden. Among the rich botanical collection featured, stand out the huge Metrosideros (Metrosideros excelsa) from New Zealand, the Australian ficus (Ficus macrophylla), the Melaleucas (Melaleuca armillaris, Melaleuca linariifolia and Melaleuca styphelioides), the Araucarias (Araucaria bidwillii, Araucaria columnaris and Araucaria heterophylla), among other specimens.
A construção do jardim foi iniciativa de José Jácome Correia (1816-1886). Teve a colaboração do seu primo e amigo José do Canto que foi essencial para as contribuições recebidas de arquitetos e paisagistas ingleses, como o caso de David Mocatta (provável autor do projecto da casa) e do jardineiro escocês Peter Wallace, que trabalhou nos jardins de Chatsworth antes de ir para os Açores em 1850. O jardim apresenta as tendências da arte paisagista de meados do século XIX, ultrapassando as normas do Pitoresco e o formalismo natural dos jardins ingleses. São testemunhos dessa nova linguagem os parterres de cores intensas (carpet garden) em detrimento dos grandes relvados; as plantações dispostas de forma a favorecer a sua dimensão visual e estética; e o coleccionismo botânico. Peter Wallace, o jardineiro responsável pelo jardim entre 1851 e 1858, manda construir as estufas de plantas ornamentais raras e é autor das principais plantações. O jardim frontal ficou concluído em 1857 e o trabalho foi prosseguido na quinta, situada acima da pérgula que divide o terreno em dois, pelo belga François Joseph Dewander Gabriel. Este foi responsável pela introdução de mais de 260 variedades de Camélias no jardim. Em 1977, o jardim é adquirido pela Região Autónoma dos Açores, que se compromete com a antiga proprietária Maria Josefa Gabriela Borges de Sousa Hintze Ribeiro Jácome Corrêa a conservá-lo e a mantê-lo como património histórico e artístico da Região (Albergaria, 2005).
Tem um enquadramento urbano, estando isolado por muros altos a Sul, poente e Norte; encontra-se envolvido por ruas urbanas de intensa circulação nas vertentes indicadas. Beneficia, por outro lado, da vizinhança com o Jardim Botânico José do Canto, criando uma mancha verde de consideráveis dimensões.
O jardim segue a tendência eclética de meados de Oitocentos, com o regresso do formalismo no desenho, sem abandonar o jardinesco no esquema de plantações. Divide-se em três partes: a primeira corresponde à parte frontal e lateral do edifício, constituída pelo jardim de aparato; a segunda, posterior ao edifício, é a parte consagrada aos serviços e à produção, constituída pela horta, pelo edifício das antigas cocheiras, por aviários antigos, pela estufa de plantas ornamentais e pela pérgula que atravessa transversalmente o jardim; por fim, a terceira corresponde à parte da antiga quinta, onde se pode encontrar a feteira e a zona de endémicas, o campo de croquet, um miradouro e as antigas esquadrias dos quarteis dos pomares. A entrada que se faz pelo limite sudeste do jardim vai dar a um grande percurso ladeado por grandes árvores e arbustos. Destaca-se uma tamareira (Phoenix dactylifera), junto à escultura em aço, um anel negro quase suspenso do chão, rodeado pelo arvoredo, da autoria do escultor Rui Chafes. Em direcção ao centro, junto ao lago, observam-se árvores magníficas espalhadas pelo relvado e, em torno do lago, vêem-se bambus, auracárias, yuccas, cycas, palmeiras, ciprestes e uma Pandanus utilis muito rara. Algumas destas árvores têm formas estranhas, sobretudo uma Ficus macrophylla situada mais a norte, que está apoiada em dois troncos. Após atravessar o roseiral, constituindo parterres de grandes curvas, pode observar-se à direita um imponente conjunto de aves-do-paraíso brancas (Strelitzia nicolai) e o grande metrosidero da Nova Zelândia (Metrosideros excelsa). A última parte do parterre, centrada por um eixo pontuado de palmeiras-reais (Archontophoenix cunninghamia) e de palmeiras-moinho-de-vento (Trachycarpus fortunei), tem o desenho geométrico dos canteiros de herbáces anuais de cores vivas. O palácio, do século XIX, é de estilo neo-clássico romântico, de gosto inglês. Ao contornar a casa pela esquerda encontra-se uma horta-jardim, constituída por talhões retangulares divididos por sebes de buxo e, ao fundo, a estufa de madeira e vidro. De seguida, uma pérgula coberta por glicínias que divide o jardim formal da quinta, direcciona a dois espaços de jogos: um campo de ténis e um de croquet com um pavilhão em madeira com rendilhados, que servia para arrumos; no seguimento, lança-se um caminho bordejado de grandes metrosideros que assinalam o início da antiga quinta; adjacente ao caminho está uma coleção de plantas indígenas dispostas numa oval; a Norte, a feteira (ou vale dos fetos) com fetos, palmeiras, cycas e bromélias que brotam entre as superfícies rochosas. A quinta é circundada de um caminho periférico e circular, que dá continuidade ao traçado ondulante dos principais percursos do jardim. A meio deste, alinhado com a torre da laranja - estrutura que servia originalmente para avistar a chegada dos navios e para armazenar a fruta - abre-se um caminho estreito ladeado por buxos formando um túnel (Albergaria, 2012).
Estatuto: Público
Classificação: O Palácio Jácome Correia ou Palácio de Sant'Ana está classificado como Monumento Regional (MR) e de Interesse Para o Património da Região.
Instrumento legal: Resolução N.º 107/2000 de 6 de Julho (Ver Decreto);
Superfície: 7,5 ha
Características botânicas notáveis:Cycas revoluta, Cupressus sempervirens, Doryanthes excelsa, Erythrina speciosa, Eucalyptus globulus, Eucalyptus robusta, Fagus sylvatica, Ficus benjamina, Ficus macrophylla, Ginkgo biloba, Grevillea robusta, Juniperus virginiana, Lagunaria patersonii, Livistona australis, Lonicera hildebrandiana, Maclura pomifera, Macrozamia moorei, Melaleuca armillaris, Melaleuca linariifolia, Melaleuca styphelioides, Metrosideros excelsa, Myrciaria cauliflora, Pandanus utilis, Phoenix reclinata, Podocarpus totara, Phyllarthron bernierianum, Quercus acutissima, Quercus coccinea, Quercus x hispanica, Quercus rotundifolia, Strelitzia nicolai, Syagrus romanzoffiana, Syncarpia glomulifera, Syzygium paniculatum, Taxodium ascendens, Tilia x europaea, Trachycarpus fortunei, Ulmus procera, Yucca australis, Yucca elephantipes
Principais espécies botânicas presentes:Abelia grandiflora, Abutilon x hybridum, Acalyfa wilkesiana, Acer sp., Acmea ingens, Aesculus x carnea, Aesculus hippocastanum, Agatis robusta, Araucaria sp., Archontophoenix cunninghamiana, Aucuba japonica, Banksia sp., Bauhinia sp., Bouganvillea spectabilis, Brachychiton acerifolius, Brunfelsia uniflora, Butia capitata, Buxus sempervirens, Camellia sp., Castanea sativa, Casuarina sp., Cedrela odorata, Cedrus sp., Ceratonia siliqua, Chamaedorea sp., Chamecyparis obtusa “Nana gracillis” , Chamerops humilis, Choisya ternata, Cinnamonum camphora, Chorisia speciosa, Cocculus laurifolia, Cordyline australis, Corynocarpus laevigata, Cupressus sempervirens, Cyathea cooperi, Cycas sp., Dasylirion sp., Dioon spinulosum, Doryanthes excelsa, Dracaena draco, Erythrina sp., Eucalyptus sp., Eugenia sp., Fagus sylvatica, Ficus sp., Fuchsia sp., Ginkgo biloba, Grevillea sp., Hibiscus rosa-sinensis, Howea forsteriana, Hydrangea sp., Ilex perado, Jacaranda ovalifolia, Jasminumsp., Jubaea chilensis, Juniperus virginiana, Lagunaria patersonii, Lagerstroemia indica, Laurus azorica, Laurus nobilis, Liriodendron tulipifera, Livistona australis, Maclura pomifera, Macrozamia moorei, Magnolia sp., Melaleuca sp., Metrosideros umbellata, Myrica faya, Nolina recurvata, Pandanus sp., Persea indica, Phoenix sp., Phyllostachys sp., Plinia trunciflora, Podocarpus totara, Protea sp., Prunus laurocerasus, Psidium guajava, Quercus sp., Rosa spp., Raphis excelsa, Rhododendron sp., Ruscus aculeatus, Salvia sp., Spiraea sp., Spathodea campanulata, Strelitzia sp., Syagrus romanzifolia, Syncarpia glomulifera, Taxodium distichum, Thuja orientalis, Tilia tomentosa, Trachycarpus fortunei, Tristania conferta, Ulmus procera, Washingtonia sp., Wisteria sinensis, Xanthorrhoea australis, Yucca sp., Zamia furfuracea
Cotas altimétricas: de 44m a 76m
Tipo de solo: solos pouco evoluídos, de origem vulcânica. Litossolos, Solos Litólicos, Regossolos Cascalhentos, Solos Delgados, Alofânicos sobre manto lávico, Andossolos.
Substrato litológico:Em termos globais verifica-se que a maior parte da cidade de Ponta Delgada está edificada sobre zonas com litologia mista (intercalação de escoadas lávicas e depósitos pomíticos e/ou solos), ocorrendo pontualmente escoadas lávicas de espessuras razoáveis e cones de escórias(Queiroz et al., 2007).
(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera - Normais Climatológicas 1981-2010, Ponta Delgada)
Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 25.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 16.6 ºC (em fevereiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 22.1 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 14.1 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 19 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.5 ºC (em fevereiro)
- Temperatura média anual: 17.4 ºC
Precipitação: 986 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: sim
Via de caminho de ferro: não
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: não
Central de produção de energia: não
Fauna: não
ALBERGARIA, Isabel Soares. Jardins e Espaços Verdes dos Açores. Associação de Turismo dos Açores, 2012
ALBERGARIA, Isabel Soares. Parques e Jardins dos Açores Lisboa: Argumentum,2005
ALBERGARIA, Isabel S., PORTEIRO, João. A dimensão cultural das paisagens dos Açores. O contributo dos jardins históricos para a afirmação do turismo sustentável na Região, XV Coloquio Ibérico de Geografía. Retos y tendencias de la Geografía Ibérica. Murcia, 2016.
QUEIROZ, G., COSTA, P.T., GOMES, A., ESCUER, M., SENOS, M.L., MATOS, L.. Geologia superficial e ruído sísmico na cidade de Ponta Delgada. [Internet]. [Consultado a 7 jan 2015] Disponível em: <http://www.cvarg.azores.gov.pt/publicacoes/Paginas/cms_149_QUEIROZ-G-COSTA-P-T-GOMES-A-ESCUER-M-SENOS-M-L-MATOS-L-2007-Geologia-superficial-e-ruido-sismico-na-cidade-de-Pont.aspx>
Tipologia de jardim : À inglesa
Elementos decorativos : Edifício, Estufa, Pérgola
Elementos vegetais : Árvores notáveis, Arbustos, Fetos
Estatuto : Público
Abertura ao público : Bilhete de entrada
WC : sim
Classificado : Monumento de Interesse Público
Mobilidade reduzida : limitado