Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Quinta do Tanque às Laranjeiras |
Região | Açores |
Distrito | S. Miguel - Açores |
Concelho | Ponta Delgada |
Freguesia | São Pedro |
Data de criação | XIX |
Tipo de proprietários | Proprietário privado |
Informação de contacto | Quinta do Tanque, Laranjeiras9500-317, Ponta Delgada |
Localização | Coordenadas: 37°44'58.7"N, 25°39'06.3"W Latitude: 37.749649 Longitude: -25.651762 |
Originação | Autor: Isabel Albergaria |
Quinta do Tanque is a property envisioned by Morgado Laureano da Câmara Falcão (1804-1868) during the Liberal period, belonging to the last stage of the landscaped «Quintas». It has several eclectic taste elements of the 19th century (playful and ostentatious), which were the settings of recurrent social events. Stone benches, fountains, belvederes, the croquet field and, especially, the lake with two planted exotic islands where rowing boats offered social and recreational activities.
A Quinta do Tanque, às Laranjeiras (ou do Morgado Laureano) remonta ao período liberal
e integra-se no conjunto de quintas ajardinadas características desse período. Não
existem informações detalhadas sobre fases anteriores à campanha de obras da década
de 1840, todavia foi descoberta uma pedra de pia baptismal gravada com uma suastika rústica, que parece indicar a preexistência de uma casa modesta com capela anexa,
possivelmente do século XVII. A nova quinta de regalo foi encomendada pelo morgado
Laureano Francisco da Câmara Falcão (1804-1868), proprietário e senhor de diversos
vínculos nas ilhas de Sta. Maria, S. Miguel e da Madeira. A quinta tinha uma dimensão
de 43 alqueires (aproximadamente 6ha), nos quais era dada primazia ao valor decorativo
sobre o seu rendimento como quinta de laranjas. Distinguem-se trê fases de construção
do jardim: a primeira estende-se até 1845; a segunda, correspondente à construção
da casa grande e da sua envolvente, desenvolve-se em inícios dos anos 1850, fase em
que o morgado passa a residir na quinta; finalmente, a ultima fase de construção deve-se
a Antonio José de Vasconcelos, seu cunhado e novo proprietario do jardim a partir
da década de 1860. Dessa ultima fase subsitem alguns elementos decorativos e lúdicos,
de gosto eclético, como as banquetas de pedra, o fontanário neogótico, os mirantes
com vistas para o interior e exterior da quinta, o campo de croquet e, em especial,
o tanque navegável com as suas duas ilhotas providas de vegetação exótica e um pequeno
pagode numa delas. Segundo o testemunho da americana Elisa Nye (1847) o jardim do
morgado Lauereano apresentava zonas relvadas, rockwork, elementos de água, pequenas modelações de terreno, entre outros elementos de gosto
pitoresco. Exteriores ao perímetro do jardim, cinco avenidas atravessavam os laranjais
formando uma malha (três longitudinais e duas transversais). Conta ainda que uma destas
avenidas (a central) era uma verdadeira alameda, formada por duas fiadas de árvores
de grande porte, que se tocavam no topo.
Em época mais recente, foi edificada uma nova moradia rodeada por jardim e plantações
de árvores na parcela de terreno situada em frente ao tanque (Albergaria, 2000).
A Quinta do Tanque situa-se no extremo Este da cidade de Ponta Delgada, ficando paredes meias com a Quinta das Laranjeiras.
O jardim da Quinta do Tanque comunica com a zona de entrada, coincidindo com o espaço do tanque - uma peça irregular com 50m de diâmetro no seu eixo maior, dois «embarcadouros» e duas ilhotas que se contrastam em forma, dimensão e uso (uma de forma alongada, plantada com flora exótica; a outra, menor, com um pagode chinês de planta octogonal). Este elemento de água é rodeado por um caminho pontuado por banquetas de encosto, pelo fontanário e pelos pavilhões em contacto com o muro do lado sul/nascente. O fontanário é uma peça incompleta de espaldar romântico em estilo neogótico, construída em alvenaria rebocada, na qual se insere uma pequena cascata enquadrada por quatro colunas adoçadas e ornamentadas com capitéis coríntios de aparência rústica. Já os pavilhões compõem um conjunto de três terraços conhecidos pelo castelo, que adoptam formas vagamente militares, típicas dos mirantes das quintas de laranja. No que se refere à composição vegetal do jardim, distinguem-se árvores de grande porte (ex.: Metrosideros sp., Eucalyptus sp.), arbustos ornamentais (maioritariamente Camellia sp.) e os agapantos (Agapanthus sp.) que revestem as margens do tanque (Albergaria, 2000).
Estatuto: Privado
Classificação: Nenhuma classificação
Características botânicas notáveis: Distinguem-se pela sua dimensão os Metrosideros sp. e os Eucalyptus sp..
Principais espécies botânicas presentes: Arbustos e herbáceas ornamentais: Camellia sp., Agapanthus sp.; na alameda central da antiga zona de laranjal: plátanos (Platanus hybrida), palmeiras e dois carvalhos ingleses (Quercus robur).
(Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera - Normais Climatológicas 1981-2010, Ponta Delgada)
Tipo de clima: Cfb clima temperado marítimo, clima temperado húmido com Verão temperado (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 25.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 16.6 ºC (em fevereiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 22.1 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 14.1 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 19 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.5 ºC (em fevereiro)
- Temperatura média anual: 17.4 ºC
Precipitação: 986 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: não
Via de caminho de ferro: não
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: não
Central de produção de energia: não
Fauna: não
ALBERGARIA, Isabel Soares. Quintas, Jardins e Parques da Ilha de São Miguel 1785-1885. Lisboa: Quetzal Editores, 2000
Tipologia de jardim : Eclético
Elementos decorativos : Edifício, Tanque, Cascata, Fonte, Bancos, Pavilhão, Miradouro ou mirante
Elementos vegetais : Árvores notáveis, Arbustos
Estatuto : Privado
Abertura ao público : Não visitável
Classificado : Nenhuma classificação