The Solar da Arquinha’s garden was created around 1760/70, ordered by Morgado José Inácio, who displayed its power through an ostentatious house and garden decoration. The formal garden presents the traditional crossed subdivision, with its centre marked by a circular water fountain. The outstanding feature is an arcade in the high walls along its perimeter. These walls are punctually intercepted by adorned gates, and develop recesses where the stone benches fit. Despite its enclosed environment, one can enjoy a great view of the garden and the surrounding grounds to the sea, through the building rear facade’s balcony, accessible by an exterior staircase.

A propriedade do solar da Arquinha situa-se em plena cidade de Ponta Delgada, na freguesia de São Sebastião. O jardim confina a Este com a fachada posterior do solar, ligando-se a esta através de escadarias de concepção barroca e balcões elevados, a partir dos quais se obtém uma vista para o interior do jardim e da sua envolvente. Uma vez que o jardim é delimitado nas suas restantes faces por muros altos, no seu interior é garantido um ambiente de privacidade (Albergaria, 2000).

A propriedade do solar da Arquinha transmite uma imponência singular, derivada da decoração do edifício e do jardim. Nas fachadas do edifício contam-se, no total, 34 vãos (22 na fachada principal e 12 na fachada voltada para o pátio), que se conjugam com varandas guardadas por balaústres de pedra e um balcão suportado por arcaria, com vista para o jardim. Já o jardim, de forma regular, multiplica a arcaria presente no edifício nos seus altos muros, de forma ritmada, com panos cegos e cimalha decorativa composta por formas geométricas recortadas e vasadas. Estes muros são pontualmente intercetados por portões, desenvolvendo no recesso dos arcos, pelo interior, banquetas com assento de pedra. Sente-se, por fim, a ausência dos painéis de azulejos que, por coerencia com o programa decorativo esboçado, deveriam revestir os panos cegos no interior dos arcos. O recinto é subdividido por uma cruz, cujo centro é pontuado por um tanque circular de rebordos baixos, com uma coluna central e repuxo (porterior à data de construção do jardim). Relativamente à vegetação dos quatro canteiros formados, não existem já vestígios daquilo que foram as primeiras plantações (Albergaria, 2000). “Na implantação sem terraceamento, na espacialidade contida, na simetria dos alçados, no aspecto intimista e, simultaneamente, num certo gosto pelo decorativismo que não atinge a exuberância barroca, este jardim participa da esfera cultural e ambiental do Sul do País" (Albergaria, 2000, pp. 28).