Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Parque Beatriz do Canto
Região Açores
Distrito S. Miguel - Açores
Concelho Povoação
Freguesia Furnas
Data de criação XIX / XX
Tipo de proprietários Proprietário privado
Informação de contacto Rua de Santana9675-046 Furnas
Página web: http://www.azores.gov.pt/NR/exeres/6C09D463-E09A-40EC-A886-7357C032346F.htm
Página web: https://www.visitazores.com/pt/the-azores/places-to-visit/d-beatriz-do-canto-park
Página web: https://www.geocaching.com/geocache/GC5ATYM_parque-da-dona-beatriz?guid=0d12786b-e581-4742-ba9f-ed029ee2e115
Localização Coordenadas: 37°46'27.4"N, 25°18'46.9"W
Latitude: 37.7742861111111
Longitude: -25.3130166666667
Originação Autor: Isabel Albergaria

Abstract

A beautiful English private garden designed by George Brown (1813-1881) in the mid-19th century is crossed by a stream used to create a lake with natural shapes, where flowing waters from Murtas stream's dam gives it a natural environment and the franco-swiss chalet adds a picturesque note to the scenery.

História

A iniciativa para a construção do parque das Murtas (actualmente parque Beatriz do Canto) remonta a meio do século XIX e deveu-se a um grupo de cinco proprietários da elite de Ponta Delgada, que tinham como hábito passar a época estival no Vale das Furnas. Por iniciativa própria e com os seus próprios investimentos, Ernesto do Canto, António Borges da Câmara Medeiros, José Maria Raposo de Amaral, José Jácome Corrêa e António Francisco Botelho de Sampaio Arruda, decidem converter o local num espaço para recreio público. O projeto foi confiado ao jardineiro inglês George Brown, autor do lago contruído no centro da propriedade que, para além do seu valor cénico - envolto num manto verde relvado marcado por ruas largas -, tem a função de reter as águas da ribeira. O plano executado em 1862 previa, igualmente, a implantação das cinco moradias estivais para os membros da Sociedade, mas apenas Ernesto do Canto concretizou o seu chalet, ainda existente. Este último terá adquirido as restantes quotas de uma sociedade diluída. Durante a administração de Beatriz do Canto Faria e Maia (1902-1988), herdeira de Ernesto do Canto, o parque sofreu efeitos de uma terrível tempestade que provocou deslizamentos de terra a partir do Salto do Fojo e afectou seriamente a parte Norte do jardim. A recuperação custou vários anos de trabalho, mas Beatriz de Canto manteve sempre a abertura gratuita ao público em agosto, respeitando a vontade dos seus antecessores. Pela sua devoção, os seus descendentes quiseram prestar-lhe uma homenagem rebatizando o parque com o seu nome. Os atuais proprietários mantêm a tradição (Albergaria, 2012, 2005).

Envolvente do jardim

O parque Beatriz do Canto situa-se no leito da ribeira das Murtas que atravessa a freguesia das Furnas, entre a Reserva Florestal de Recreio do Viveiro das Furnas (Norte) e o Parque Terra Nostra (Sul) (Albergaria, 2012).

Descrição do jardim

A entrada pode ser feita pela Alameda Norte, que comunica com a rua de Santana, ou pela rua do hotel Terra Nostra (rua Padre Jacinto Botelho), próximo do moinho. Nessa entrada, fica-se frente a uma pequena cascata formada pelo açude do lago. O caminho que continua pela direita, entre grandes árvores e bosquetes de bambu, culmina numa curva apertada com três grandes sequóias, zona limite de acesso restrito à habitação. Consegue-se, no entanto, um vislumbre do Chalet Canto, edifício de «arquitectura pitoresca» de meados do século XIX, em estado notável de conservação e de integridade. Já os caminhos do lado oriental são limitados por um canal de água muito fria, que desce até ao jardim a partir do planalto da Achada. De seguida, encontra-se o tosco alpendre de pedra que servia de abrigo aos pequenos barcos de recreio no lago. Adjacente ao lago, fica a nascente da água Camarça, muito fria e pura, que outrora se pensava ter propriedades curativas. Posteriormente ao atravessamento da ponte pênsil, cuja oscilação à passagem faz o deleite dos mais pequenos, amplos relvados enquadram a Alameda dos Plátanos (a outra entrada do parque) (Albergaria, 2012).

Informação administrativa

Estatuto: Público

Classificação: Nenhuma classificação

Superfície: 3,7ha

Botanica

Características botânicas notáveis: O património botânico do jardim destaca-se pela presença de algumas árvores de dimensão notável: sequóias, carvalhos, tílias e plátanos.

Principais espécies botânicas presentes:Abelia x grandiflora; Acer pseudoplatanus; Aesculus x carnea; Agave americana; Alpinia zerumbet; Araucaria bidwillii; Araucaria heterophylla; Archontophoenix alexandrae; Bougainvillea spectabilis; Brachychiton acerifolius; Brugmansia suaveolens; Callistemon viminalis; Camellia japonica; Camellia sasanqua; Chamaecyparis lawsoniana; Choisya ternata; Cordyline australis; Cordyline fruticosa; Cortaderia selloana; Corymbia ficifolia; Corynocarpus laevigatus; Cyathea medullaris; Diploglottis cunninghamii; Doryanthes excelsa; Fuchsia boliviana; Halleria lucida; Hibiscus rosa-sinensis; Hydrangea paniculata; Indigofera decora; Lagerstroemia indica; Liquidambar styraciflua; Liriodendron tulipífera; Livistona australis; Melaleuca viridiflora; Metrosideros excelsa; Pandanus utilis; Picconia azorica; Pittosporum undulatum; Platanus acerifolia; Platanus orientalis; Psidium cattleyanum; Pterocarya fraxynifolia; Quercus palustris; Quercus robur; Quercus rotundifolia; Quercus rubra; Robinia pseudoacacia; Sequoia sempervirens; Solanum laxum; Solidago rugosa; Strobilanthes maculatus; Syzygium floribundum; Syzygium ingens;Taxodium distichum; Taxus baccata;Tecoma capensis;Tibouchina heteromalla; Yucca gloriosa.

Fisiografia topográfica

Cotas altimétricas: de 207m a 209m

Presença de água: sim, o lago artificial, um canal com origem no planalto da Achada e a nascente da Camarça.

Clima

(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera - Normais Climatológicas 1981-2010, Ponta Delgada)

Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 25.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 16.6 ºC (em fevereiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 22.1 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 14.1 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 19 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.5 ºC (em fevereiro)

- Temperatura média anual: 17.4 ºC

Precipitação: 986 mm (precipitação total média anual)

Intrusões cénicas presentes na envolvente

Autoestrada:não

Estrada:sim

Via de caminho de ferro: não

Outras infraestruturas: não

Exploração agrícola poluente: não

Indústria: não

Central de produção de energia: não

Fauna: não

Bibliografia

ALBERGARIA, Isabel Soares. Jardins e Espaços Verdes dos Açores. Associação de Turismo dos Açores, 2012

ALBERGARIA, Isabel Soares. Parques e Jardins dos Açores. Lisboa: Argumentum,2005

ALBERGARIA, Isabel S., PORTEIRO, João. A dimensão cultural das paisagens dos Açores. O contributo dos jardins históricos para a afirmação do turismo sustentável na Região, XV Coloquio Ibérico de Geografía. Retos y tendencias de la Geografía Ibérica. Murcia, 2016.

Documentos iconográficos

Características do parque/jardim

Tipologia de jardim : Romântico

Elementos decorativos : Ponte, Edifício, Cascata, Lago, Canal

Elementos vegetais : Árvores notáveis, Arbustos

Estatuto : Privado

Abertura ao público : Aberto ao público

Classificado : Nenhuma classificação

Mobilidade reduzida : desconhecido