Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Solar de Mateus
Região Norte
Distrito Vila Real
Concelho Vila Real
Freguesia Mateus
Data de criação XVII
Tipo de proprietários Associação ou fundação
Informação de contacto Fundação da Casa de Mateus5000-291, Vila RealTel: +351 259 323 121Fax: +351 259 326 553E-mail: casademateus@casademateus.pt
Página web: http://www.casademateus.com/
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=7011
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5990
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71128
Localização Coordenadas: 41º 17' 48,71''N, 07º 42' 44,89''W
Latitude: 41.2968638888889
Longitude: -7.71246944444444

História

Quando cerca de 1743 o palácio foi construído por António José Alvares Botelho Mourão , toda a sua monumentalidade e riqueza arquitetónica se via da estrada de Vila Real que passava rente à fachada poente e não havia lago que nos oferecesse o seu reflexo na água, nem cedros, nem o portão abria para a estrada. Havia sim um eixo onde todo o palácio se equilibrava e, passando-lhe por dentro, se prolongava pelo jardim a nascente através de um belíssimo caminho que seria ladeado de ciprestes e obeliscos, terminando numa latada. Havia o muro que limitava a Norte, e todo o jardim em redor da casa foi sendo feito por várias gerações de Condes de Mangualde, criando transições várias com os campos de cultivo e um diálogo cuidado com a grande obra barroco que o palácio constitui. A estes jardins se vieram juntar as árvores que, crescendo ao longo dos séculos, guardam a memória do tempo nos seus anéis e na sua casca, o tempo daqueles que as plantaram e viram crescer. Na origem, o eixo prolongava-se da casa para o jardim a nascente e talvez a poente, o que lhe confirma o estilo barroco que Bernini havia marcado em Roma e Le Nôtre aplicara aos jardins de Versailles. À escala de Vila Real este eixo coloca os jardins de Mateus na linha estilística dos jardins Barrocos e pode reforçar a hipótese de Smith da autoria de Nicolau Nasoni, que terá aplicado o eixo à remodelação do palácio de Mateus entre os anos de 1739 e 1743, altura em que trabalhou em Lamego. A tradição coloca o irmão do Morgado de Mateus como sendo responsável pela encomenda ou pela traça do jardim nascente, mas o eixo já daria estrutura ao traçado do palácio-jardim. Já no século XIX temos notícia do 3º Conde de Vila Real a tratar do seu jardim, plantando árvores em coleção, como se fazia em toda a Europa e como D. Fernando II havia feito no Parque da Pena introduzindo o romantismo em Portugal. Dessa campanha destacam-se os cedros da entrada, as tílias a sul da casa, o enorme cedro do terreiro sul, as palmeiras e as camélias. No século XX surgem dois personagens, mãe e filho, muito ativos no jardim. Ela, a Condessa de Mangualde, mandou refazer o traçado dos canteiros do jardim da ala nascente e o seu parterre, entregando o desenho ao Arq. Gomes Amorim. O filho, o 6º Conde de Vila Real, D. Francisco de Sousa Botelho e Albuquerque, planta logo abaixo o túnel, constrói o jardim de água, implanta o jardim da coroa e remata em beleza em 1963 com o lago da entrada da autoria do melhor Arquiteto Paisagista e projetista de então, Gonçalo Ribeiro Telles. Os jardins de Mateus são assim, pela sua história, uma acumulação harmoniosa de estilos da arte de jardins do barroco ao modernismo. Para garantir a continuidade da Casa de Mateus, D. Francisco cria em 1970 a Fundação da Casa de Mateus e o seu filho Fernando Albuquerque, atual proprietário, intensifica esta herança dando vida à Fundação com atividades culturais do mais alto nível e mantendo os jardins e as árvores em ótimo estado de conservação. A qualidade do conjunto final de jardins e palácio levou a que fosse classificado como Monumento Nacional. (Castel-Branco, 2014)

Envolvente do jardim

Rural, a cerca de 3 km de Vila Real, com a EN 322 a bordejar o limite Sul da propriedade, nas imediações da qual se ergue a aldeia de Mateus, de casas vernaculares.(http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=7011)

Descrição do jardim

Para além das árvores antigas que atingiram 40 metros, três grandes momentos nos quase três séculos de Mateus tornaram os jardins inesquecíveis: a plantação do túnel de ciprestes, o desenho novo do jardim da coroa e a introdução do grande lago onde se reflete a fachada do palácio e que vemos ao chegar pela curva estrada que, sabiamente, permite a descoberta gradual do palácio desenhado por Nasoni. Ninguém consegue esquecer o cheiro e a penumbra do grande túnel de ciprestes, podados há décadas sem tréguas nem distrações com a escada redonda que os envolve por cima, cortando por fora o verde vivo e deixando por dentro os troncos escuros e quebradiços. São 91 ciprestes plantados pelo jardineiro Joaquim Taveira no ano de 1948 , ao longo de 37 metros que formam um túnel de 10 metros de largura e reforçam o eixo de simetria do traçado barroco original. A linha do túnel prossegue pelo arco antigo descendo depois para a latada de esteios barrocos esculpidos como obeliscos que é coberta de verde, anunciando a vinha onde termina. Pelo lado poente o eixo entra pela casa e atravessa-a em simetrias disciplinadas que terminam na fachada. E aqui se perde a simetria de Nasoni para dar lugar a outra, mais subtil e completa: o reflexo da fachada no lago desenhado para aquele exato ponto em 1963, por encomenda do 6º Conde de Vila Real. Uma passagem pequena foi aberta na parede do túnel e passa-se da penumbra para a luz de um parterre de buxos e flores variadas bem tratado e que serve de antecâmara a mais um jardim do século XX, com assinatura de Bensliman e encomenda do Conde Mangualde em 1948. É um espaço aberto de topiária de buxo em canteiros desenhados em arabescos clássicos mas aparados rente à gravilha dando um efeito de tapete de simetria tradicional, irradiando de uma Chamaecyparis obtusa cortada em bola. Um frontão barroco pertencente ao pátio interior da casa foi aqui colocado conferindo ao espaço uma antiguidade falsa, mas interessante. Outras peças desmentem este passado aparentemente longínquo do Jardim da Coroa: a latada apoiada no muro de pedra tosca, os esteios de granito piramidal, a largura do caminho em curva rematada por um degrau de granito aparado ao mínimo, parecem saídos diretamente de uma arquitetura paisagista do modernismo. (Castel-Branco, 2014)

Informação administrativa

Estatuto: Privado

Instrumento legal: Decreto n.º 129/77 "DR I-Série" n.º 226 (29/09/1977)

(Ver Decreto)

Botanica

Principais espécies botânicas presentes: Cupressus sempervirens, Camellia japonica, Camellia sinensis, Tilia sp., Phoenix canariensis, Cedrus sp., Buxus sempervirens, Chamaecyparis obtusa

Clima

(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)

Tipo de clima: Csb - Clima mediterrânico com verão seco e temperado (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.6 ºC (em agosto); a menos elevada, 9.7 ºC (em janeiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 21.7 ºC (em agosto); a menos elevada, 6.3 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 14.8 ºC (em agosto); a menos elevada, 2.8 ºC (em janeiro)

- Temperatura média anual: 13.6 ºC

Precipitação: 1023.2 mm (precipitação total média anual)

Bibliografia

Características do parque/jardim

Tipologia de jardim : À francesa/barroco

Elementos decorativos : Topiária, Eixo barroco

Elementos vegetais : Árvores notáveis

Estatuto : Privado

Abertura ao público : Bilhete de entrada

WC : sim

Classificado : Monumento Nacional

Mobilidade reduzida : desconhecido

Documentos iconográficos

Localização

Carta de Declives

Carta de Exposições Solares

Carta de Bacias Visuais