Rural, isolado, implantado junto ao topo Sul do Largo da Feira, onde também se incluem outras construções, algumas recentes, entre elas o edifício da Junta de Freguesia de Landim. Fronteiro encontra-se o edifício do actual salão paroquial, Centro Social e Colégio Correia de Abreu, instalado em antiga hospedaria do mosteiro. Este edifício, em alvenaria de granito, apresenta fronteiro, pátio murado aberto por portal com moldura almofadada, percorrido por varanda alpendrada, suportada por colunelos, com acesso por escadaria com arranque volutado. No topo N. do largo, encontra-se a Capela de São Brás. A entrada para a Casa do Mosteiro faz-se por portão de verga recta, rasgado em muro rebocado e pintado de branco, precedido por canteiros arborizados, perpendicular à fachada principal da igreja, e que remata o lado S. do largo. A ladear a fachada lateral da igreja, a N., encontra-se espaço ajardinado, com quadras delimitadas por buxo, com vestígios arqueológicos, tais como arcadas, pertencentes à primitiva construção românica do mosteiro. As antigas dependências monacais confrontam, a E. e a S., com a primitiva cerca. No topo de uma colina, no interior da antiga cerca, existe uma casa de fresco chamado de Casa do Paço *2, com recinto para o jogo da Pela. (http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1714)

Logo no terreiro de entrada da Casa do Mosteiro, as camélias podadas em cumes altos e arredondados indicam o zelo dos atuais proprietários em manter este tesouro criado ao longo dos tempos. Todos os anos as pétalas das camélias cobrem o musgo do chão com pedaços de cor vibrante e enchem de vida o espaço do jardim, onde uma taça redonda com um busto de Vénus ao centro, recebe a água de um repuxo permanente O horto dos cónegos, quadrado e rematado por muro com assentos, é hoje um jardim tão cheio de camélias e rododendros que se tornou escuro e misterioso vendo-se nele brilhar ao fundo os caminhos para a cerca, cheios de luz e sol. Junto ao mosteiro um tanque e estufins muito bem desenhados e funcionais levam Ilídio de Araújo a afirmar que “se destinariam à produção de horta, flores para os altares mas também à de plantas medicinais” como se fazia nos conventos da época. Subimos por caminhos de terra e com grande surpresa deparamo-nos com o espaço para recreio dos Cónegos Regrantes: um recinto delimitado por muretes que formam bancos a toda a volta de um grande retângulo (30m X 7m) marca o local do jogo favorito do século XVIII, o jogo da péla, que já encontramos no jardim do cerco em Mafra, nos jardins de Queluz e da Quinta Real de Caxias e, claro, na entrada do Jardim de Santa Cruz em Coimbra, mosteiro onde esteve sediada a Congregação dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, à qual se uniu o Mosteiro de Landim no ano de 1562. Mas este recinto do jogo da péla de Landim termina num pavilhão espaçoso, a Casa do Paço, constituído por uma sala com duas portas e seis janelas, toda revestida com painéis de azulejos do século XVIII, que revelam o luxo e a qualidade de vida dos cónegos. Dentro do mosteiro os grandes corredores, as antigas celas dos cónegos e o ambiente austero são marcados por simplicidade e beleza de proporções. O claustro sem qualquer ornamento foi revestido a relva e dele se passa ao sobreclaustro onde uma surpresa nos espera se formos a Landim na Primavera. Um enorme rododendro de flores rosa violeta cresceu em cilindro mais de 5 metros até à varanda que dá sobre o antigo horto dos cónegos e quase tapa toda a vista com flores que aparecem como amigos fieis que voltam sempre ao mesmo sítio, para o encontro anual. (Castel-Branco, 2014)