Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Quinta da Aveleda |
Região | Norte |
Distrito | Porto |
Concelho | Lousada |
Freguesia | União das fregeusias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga |
Data de criação | XVI |
Tipo de proprietários | Proprietário privado |
Informação de contacto | Rua da Aveleda nº24560-570, PenafielTel: +351 255 718 200Fax: +351 255 711 139E-mail: info@aveleda.pt |
Página web: http://www.aveledaportugal.pt/index.php?id=45 | |
Localização | Coordenadas: 41º 12' 31,82''N, 08º 18' 23,49''W Latitude: 41.2088388888889 Longitude: -8.306525 |
O aprumo e a boa manutenção dos jardins e mata da Aveleda poderiam ganhar o primeiro prémio nacional de jardins bem cuidados... se ele existisse. Os pavimentos de calçada de granito cobrem a maior parte das ruas da mata e do espaço de acesso das máquinas de lavoura que alimentam a adega, mas servem também a visita turística. Assim nunca há lama ou pó e toda a intensa atividade agrícola convive perfeitamente com o requinte do jardim. Na grande eira, o espigueiro, a lenha arrumada por baixo do telheiro, as passas de uva a secar sobre as lajes, tudo se processa com primor e tudo é um modelo de qualidade em que os edifícios camuflados por vinha virgem se integram no ambiente agrícola. Encontramos na Aveleda o protótipo dos jardins no século XIX; uma variada coleção de árvores formando uma mata com caminhos ladeados de arbustos de flor, azáleas, camélias e rododendros, um lago com uma ilha, ruínas que atraem o olhar (eye catcher), mesas e bancos dispostos de forma casual e as follies, que são elementos decorativos meio extravagantes que revelam o capricho e a criatividade do seu criador. O jardim da Aveleda, é um exemplar de jardim romântico com derivações muito originais e genuinamente portuguesas. As follies aparecem de surpresa pelo meio do passeio que fazemos pela mata: é o caso do arco barroco de granito, completo mas solto, da ruína de uma janela Manuelina que foi colocada na ilha e cujas namoradeiras servem de banco para admirar o lago enquadrado pelas ombreiras esculpidas da janela, da torre das cabras (construção cilíndrica com um enrolamento exterior de traves de madeira por onde as cabras sobem ou se deitam ao sol), da casinha do guarda que nos deixa com vontade de lá viver uns tempos, ou da mesa com poltronas de pedra sobre chão de musgo onde D. Manuel II almoçou com Mouzinho de Albuquerque. A casa de chá é a peça mais original e maravilhosamente conservada no seu ambiente romântico; telhado de colmo, troncos retorcidos que servem de bancos, de parapeito, de decoração do estuque exterior da casa e rematam a varanda donde se vê ao longe as vinhas através do negro tronco das árvores. Lá dentro encontramos os animais de cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro que tinham ficado descritos no Jardim da Estrela (feito aproximadamente na mesma data que a Aveleda) mas que nunca tínhamos visto. Pendurados no teto para criar mais surpresa temos uma cobra um sapo, um peixe, um lagarto e um pássaro de asas abertas. Toda a construção é tosca, copiando o refúgio de um ermitão em que os materiais são troncos naturais, palha e tábuas de madeira irregulares, e não se consegue deixar de a associar à casa onde viveu Goethe no meio do parque em Weimar mas também às casas de chá dos jardins japoneses, feitas propositadamente com a máxima simplicidade e rusticidade, mínimas de espaço de forma a que os amigos que ali se sentam para tomar chá se sintam despojados de qualquer hierarquia e se integrem totalmente na conversa e no gozo da Natureza. O grande lago rematado a pedregulhos irregulares permitia que se andasse de barco e as plantas aumentaram em seu redor criando um ambiente húmido de sombra e musgo. Da coleção de árvores que ali cresceram muito altas, destacam-se as Sequoias no cruzamento dos caminhos, Liriodendron tulipifera (tulipeiro) com a folhagem amarela a anunciar o Outono, o Taxodium distichum (cipreste dos pântanos) com o tronco a sair da água, o Aesculus hippocastanum (castanheiro da Índia) com flores em Abril e Maio, carvalhos, sobreiros e eucaliptos de coleção. Das várias fontes da Aveleda, cuja água permite esta exuberância de vegetação, destacam-se a Fonte das Quatro Estações e a Fonte de Nª Sª da Vandoma. A primeira erguida em 1920 em frente da grande mansão da família Guedes, pela qualidade escultórica com os perfis em mármore das quatro filhas de Fernando Guedes da Silva da Fonseca, rara celebração das mulheres nos jardins e belíssima escultura do Mestre João da Silva; a segunda pela originalidade do pavimento que a enquadra. Para a fonte da Vandoma desce-se do bosque, encontrando pelo caminho mais um delicioso capricho da família, uma gaiola de rolas com desenho indiano. Para escoar a água da taça da fonte, o chão de lajes à frente da fonte merece ser observado com cuidado: as lajes foram separadas criando um canal de ângulos quebrados que brilha com água e contrasta com a erva que nasce entre as lajes, e que prossegue também em linhas verdes quebradas esta composição original de pavimento. Todo o ambiente é húmido e ótimo para fazer crescer as avencas, begónias, impatiens e fetos que o agradecem com o seu crescimento sem fim. Em redor do conjunto da casa e do jardim, no intenso ambiente de volumes verde escuro formado pelo bosque e pela casa recoberta de vinha, a mansidão das vinhas ao sol, produtivas e serenas a passarem para as cores de Outono, lembram-nos a razão primeira da Quinta da Aveleda: a produção de vinho. A adega merece uma visita guiada, a loja onde se vendem produtos da quinta merece também um quarto de hora que nos permita por magia levar para nossa casa o seu mel, o seu queijo, vinho ou aguardente trazendo connosco um pouco deste paraíso bem preservado. (Castel-Branco, 2014)
Estatuto: Privado
Classificação:SI
Instrumento legal:Decreto n.º 129/77 "DR I-Série" n.º 226 (29/09/1977)
Características botânicas notáveis: Encontramos na Aveleda o protótipo dos jardins no século XIX; uma variada coleção de árvores formando uma mata com caminhos ladeados de arbustos de flor, azáleas, camélias e rododendros. Da coleção de árvores que ali cresceram muito altas, destacam-se as Sequoias no cruzamento dos caminhos, Liriodendron tulipifera (tulipeiro) com a folhagem amarela a anunciar o Outono, o Taxodium distichum (cipreste dos pântanos) com o tronco a sair da água, o Aesculus hippocastanum (castanheiro da Índia) com flores em Abril e Maio, carvalhos, sobreiros e eucaliptos de coleção.
Principais espécies botânicas presentes: Rhododendron sp., Camellia japonica, Camellia sinensis, Liriodendron tulipífera, Taxodium distichum, Aesculus hippocastanum, Quercus sp.,Quercus suber, Eucalyptus globulus,Adiantum capillus-veneris, Begonia sp., Impatiens sp.
(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)
Tipo de clima: Csb - Clima mediterrânico com verão seco e temperado (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 25.7 ºC (em agosto); a menos elevada, 13.8 ºC (em janeiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 20.8 ºC (em agosto); a menos elevada, 9.5 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 15.9 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 5.2 ºC (em janeiro)
- Temperatura média anual: 15.2 ºC
Precipitação: 1236.8 mm (precipitação total média anual)
CASTEL-BRANCO, Cristina. Jardins de Portugal, Lisboa,CTT, 2014
Elementos decorativos : Follies
Estatuto : Privado
Abertura ao público : Aberto ao público
Classificado : Não
Localização
Carta de Declives
Carta de Exposições Solares
Carta de Bacias Visuais