Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Jardim Pitoresco
Região Açores
Distrito S. Miguel - Açores
Concelho Ponta Delgada
Freguesia Sete Cidades
Data de criação XIX
Tipo de proprietários Proprietário privado
Informação de contacto EN91-A9555-000, Sete Cidades
Página web: https://www.visitazores.com/pt/the-azores/places-to-visit/picturesque-gardenplantations-on-the-azul-lake-shore
Localização Coordenadas: 37°51'21.8"N, 25°47'25.7"W
Latitude: 37.8560666666667
Longitude: -25.7904611111111
Originação Autor: Isabel Albergaria

Abstract

The Picturesque Garden in Sete Cidades belonged to António Borges, a wealthy patron of arts who transformed the crater into a remarkable 19th century landscape with picturesque views over the lake and the green crater walls. It is an example of Capability Brown’s parkland style adapted to the volcano landscape. Set on flood land, it was seriously devastated by the 1870’s due to the poor rainwater’s drainage that filled the lake. Nevertheless, the views and some of the larger tree specimens remain, consolidating the idea of a mature and harmonious garden. Moreover, it is deeply benefited by the magnitude, color and reflecting light of the crater lake.

História

António Borges da Câmara Medeiros (1812-1879), grande proprietário e colecionador de pintura, começa a interessar-se pelas Sete Cidades por volta de 1850, aquando da compra de grandes extensões de terreno que haviam pertencido maioritariamente ao Convento da Esperança. Durante o ano de 1853, António Borges viajou pelas principais capitais europeias, tendo reunido milhares de espécies exóticas com a ajuda do jardineiro e horticultor belga François Joseph Devander Gabriel, com as quais plantou as encostas de pinheiros, faias, amieiros, criptomérias, álamos e plátanos, construindo entre as margens da lagoa que serve de cenário natural, as longas alamedas arborizadas de um extenso parque. As principais plantações ficariam concluídas em 1855, com espécies principalmente oriundas da Austrália e da Nova Zelândia. A partir do final da década de 1870, as Sete Cidades sofreram sucessivas cheias, agravadas pela falta de escoamento para as águas pluviais que enchiam a lagoa. Este desastre teve consequências nefastas para o parque. Só em finais da década de 1930, com a abertura de um túnel de escoamento, o parque é recuperado. Além de algumas árvores de grande porte sobreviventes, uma parte significativa das plantações hoje existentes datam desse periodo e deveram-se a Caetano de Andrade Albuquerque Bettencourt (1913-1982), permitino que a marca de um jardim na lagoa das Sete Cidades nunca desaparecesse (Albergaria, 2005).

Envolvente do jardim

Situada na margem sudoeste do lago azul das Sete Cidades, na extremidade ocidental da ilha, o Jardim Pitoresco constitui a parcela restante de um antigo e vasto arboreto. Ocupa atualmente uma superfície de cinco hectares, a uma cota de 260 metros de altitude (Albergaria, 2012).

Descrição do jardim

As plantações existentes ao longo da margem Sudoeste da Lagoa Azul resultam de várias campanhas ao longo dos séculos XIX e XX. Túneis de camélias, plátanos de tronco direito e metrosideros de troncos dobrados, valorizados pela beleza do tom azul da lagoa, podem observar-se ao longo das margens. Uma extensa alameda de camélias limitada pelo lago numa das vertentes exibe uma coleção de diferentes cultivares antigos, quase todas de origem italiana: 'Francesco Ferruccio', 'Contessa Lavinia Maggi', 'Mutabilis Trasversi', 'Garafola', 'Ignea', 'Zwethii Vera'; assim como outras de flor branca: 'Mathotiana Alba' e 'Alba Lucina'. Toda a superfície que envolve o lago das Sete Cidades é muito humanizada, tanto pela presença da aldeia tal como pelas intervenções feitas a nível das plantações de florestas e jardins, ou ainda pela presença de terrenos cultivados e de pastoreio no interior da bacia hidrográfica. Neste local, a relação entre natureza e cultura assume um papel estético essencial na definição da paisagem, isto porque se trata de uma paisagem protegida. Logo à entrada da aldeia, na zona de transição entre a Lagoa Verde e a Lagoa Azul, ergue-se uma casa que se destaca das restantes pela sua grandeza e sofisticação, envolvida por plátanos e azáleas, num jardim com um traçado geométrico. É a antiga casa de António Borges, o principal interveniente na transformação da paisagem das Sete Cidades. Apesar das alterações a que tem sido sujeito, o jardim mantém o carácter de fruição contemplativa idealizado pelo seu mentor. Posteriormente ao Serrado das Freiras encontra-se, num retiro escondido, uma vasta superfície de piquenique envolta de árvores dispersas, que descem até ao limite do plano de água e que permitem a passagem de um espaço mais fechado e intimista para o espaço aberto, amplo e luminoso do lago. As espécies provêm sobretudo da Austrália e da Nova Zelândia: Banksia integrifolia, metrosideros, melaleucas, eucaliptos, Clethra quercifolia, Olea emarginata; entre as coníferas destacam-se os ciprestes (Cupressus sp.) e as criptomérias (Cryptomeria japonica) (Albergaria, 2012).

Informação administrativa

Estatuto: Público

Classificação: Está integrado na Zona de Paisagem Protegida das Sete Cidades

Instrumento legal: Decreto Legislativo Regional n.º 16/95/A de 17 de Novembro - Altera o Decreto Regional n.º 2/80/A, de 7 de Fevereiro, que estabelece medidas de protecção para a paisagem das Sete Cidades (Ver Decreto); Decreto Regulamentar Regional n.º 13/89/A - Aprova o Regulamento Geral da Paisagem Protegida das Sete Cidades (Ver Decreto)

Superfície: 5 ha

Clima

(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera - Normais Climatológicas 1981-2010, Ponta Delgada)

Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 25.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 16.6 ºC (em fevereiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 22.1 ºC (em julho e agosto); a menos elevada, 14.1 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 19 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.5 ºC (em fevereiro)

- Temperatura média anual: 17.4 ºC

Precipitação: 986 mm (precipitação total média anual)

Intrusões cénicas presentes na envolvente

Autoestrada:não

Estrada:sim

Via de caminho de ferro: não

Outras infraestruturas: não

Exploração agrícola poluente: não

Indústria: não

Central de produção de energia: não

Fauna: não

Bibliografia

ALBERGARIA, Isabel Soares. Jardins e Espaços Verdes dos Açores. Associação de Turismo dos Açores, 2012

ALBERGARIA, Isabel Soares. Parques e Jardins dos Açores. Lisboa: Argumentum,2005

Características do parque/jardim

Tipologia de jardim : Arboreto

Elementos decorativos : Edifício, Grottoe

Elementos vegetais : Árvores notáveis, Arbustos

Estatuto : Público

Abertura ao público : Aberto ao público

WC : sim

Classificado : não

Mobilidade reduzida : desconhecido