Em 1887 Ressano Garcia propôs um concurso internacional para conceder à cidade um vasto espaço verde devidamente organizado e que perdurasse no tempo, de tal forma que: “A Câmara entendeu que valia mais a pena dispensar uma quantia importante na obtenção de um plano definitivo e bom.” O projecto escolhido, da autoria do arquitecto paisagista Henri Lusseau, tinha um “ (…) desenho organicamente romântico, traçando alamedas, lagos e implantando o belveder ao sabor da morfologia do terreno.” Mas a sua execução era “muito onerosa”. Com o intuito de tornar viável o projecto de Henri Lusseau, a Câmara transformou-o numa solução financeiramente mais económica de forma a permitir a sua concretização. Esta solução, depois de devidamente aprovada, foi apresentada em 1888. O desenho estrutural de Lusseau foi conservado “(…) bem como o seu programa: Palácio de Exposições centrado axialmente com a Praça do Marquês de Pombal e a Avenida da Liberdade, integrando três lagos na parte inferior do parque, entre outro equipamentos.” Só em 1902, com um projecto reformulado, foi possível iniciar as obras, no entanto, pouco tempo depois a falta de verba levou à suspensão das mesmas. Em 1908, com uma proposta do arquitecto Ventura Terra recomeçaram novamente as obras do Parque. A Estufa Fria é, sem dúvida, a estrutura mais importante do Parque actualmente e um dos mais importantes espaços verdes do país. Construída em 1929/30 o seu nome resulta do facto desta não utilizar qualquer sistema de aquecimento. É um óptimo viveiro de espécies de botânica provenientes de países tão diferentes como: Brasil, China, África, Coreia, Austrália, México e Peru. As plantas tropicais, que necessitam de mais calor e humidade, encontram-se na Estufa Quente e as “plantas da família dos cactos e outra suculentas” podem ser apreciados na Estufa Doce. Para além disto podemos ainda apreciar os pequenos lagos, o viveiro com peixes de água doce, os regatos, cascatas e nichos e a estatuária existente. Da autoria dos arquitectos Carlos Rebelo de Andrade e Alfredo Assunção Santos, o Pavilhão Carlos Lopes, assim designado desde 1984, foi construído para a celebração do Centésimo aniversário da Independência do Brasil. De estilo neobarroco joanino, foi Inaugurado em 1923 para a Exposição Internacional do Rio de Janeiro. Mais tarde foi submetido a obras de remodelação tornando-se no palco da Grande Exposição Industrial Portuguesa, realizada em 1932. Em 1947 passou a designar-se Pavilhão dos Desportos, local onde decorreu o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins. Podemos ainda admirar os painéis de azulejos da autoria de vários artistas, como por exemplo Jorge Colaço e Pedro Jorge Pinto.