Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Jardim da Quinta Real de Caxias |
Região | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Concelho | Oeiras |
Freguesia | União de freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias |
Data de criação | XVIII |
Tipo de proprietários | Município |
Informação de contacto | Estrada da Gibalta2760-064, CaxiasTel: +351 214 115 062 |
Página web: http://www.cm-oeiras.pt/amunicipal/Ambiente/EspacosVerdes/JardinseQuintasHistoricas/Paginas/JardinsQuintaRealCaxias.aspx | |
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=35293 | |
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74866/ | |
Localização | Coordenadas: 38º 42' 01,48''N, 09º 16' 24,43''W Latitude: 38.7004111111111 Longitude: -9.27345277777778 |
O Infante D. Francisco ordena a construção do Palácio Real de Caxias numa das propriedades do Almoxarifado de Caxias, em meados do século XVIII, ainda durante o reinado do seu pai D. Pedro II. As obras desta quinta arrastaram-se para depois da morte do infante, passando a pertencer aos bens da coroa. Sendo concluídas as obras do palácio, já no reinado de D. Pedro III. Estando o palácio construído D. Pedro III decide enobrecer o espaço com jardim de buxo à la française, salteando-o de esculturas e tornando-o digno da família real como espaço de lazer numa quinta de reconhecida produtividade agrícola. As obras desta quinta só terminam em 1825. Mais tarde em 1908, D. Manuel II assina um decreto no qual autoriza o parcelamento da Quinta e a sua partilha por duas entidades. Ao então Ministério da Guerra são atribuídos o Palácio e o Jardim da Cascata, tendo-se ali estabelecido mais tarde os Altos Estudos Militares que ocuparam as edificações. A restante área de pomares, pátio do Jogo da Péla e o conjunto escultórico de Hércules, ficaram na posse do Ministério da Justiça. É nesta área, conjuntamente com a área da cerca e Convento da Cartuxa, que se vai instalar o Instituto Padre António de Oliveira (Reformatório de Caxias, estabelecimentos, estabelecimento de educação de menores delinquentes). A partilha deste espaço levou em 1922 à construção do muro que atualmente rodeia o Jardim da Cascata e secciona a Rua de Hércules, e que separa a propriedade em duas. Quando em 1956, o Instituto de Altos estudos Militares, afeto ao Ministério de defesa Nacional, é transferido para Pedrouços e com ele todo o suporte operacional que até então mantinha e conservava o conjunto edificado, inicia-se um longo processo de degradação. Em 1986, a Câmara municipal de Oeiras estabelece com o Ministério de Defesa Nacional um protocolo de cedência de propriedade, para recuperação, manutenção e utilização dos jardins da cascata. Em 2009, a Câmara Municipal de Oeiras volta a estabelecer um protocolo, desta vez com o Ministério da Justiça, que visa o aumento da área cedida para recuperação, manutenção e utilização. Nesta nova área cedida encontram-se os pomares explorados pelo Ministério da Justiça.
Situa-se na margem direita do estuário do Tejo e é limitado a norte pelos municípios de Sintra e Amadora, a leste por Lisboa, a oeste por Cascais e a sul tem costa na zona da foz do rio Tejo, onde o estuário termina e começa o oceano Atlântico, situando-se frente a Almada.
O estilo barroco foi adotado tardiamente em Portugal, em meados do século XVIII. Este estilo influenciou tanto a Real Quinta de Queluz e dos Marqueses de Pombal, como a Quinta Real de Caxias, construídas todas na mesma época. Apesar de já não apresentar jardins murados tipicamente portugueses, dos séculos anteriores, é nítido um desenvolvimento descontínuo dos espaços exteriores. Observa-se uma visão mais humanística e vivencial, onde se perde a rigidez do traçado barroco do resto da Europa e se adapta às condições topográficas nacionais. Bancos nas proximidades de tanques e namoradeiras nos terraços da cascata são alguns elementos que comprovam o usofruto vivencial da Quinta Real de Caxias. O Jardim Novo, iniciado na década de setenta do século XVIII, apresenta traçado geométrico e é ornamentado por uma cascata monumental, microarquitecturas, pavilhões, sete lagos, e várias estátuas de barro pintadas a branco. Destacam-se os jardins de buxo, geométricos, que influenciados pelos jardins franceses são frequentemente denominados por jardins à Le Nôtre. A quinta foi pensada como Pomar/Jardim, tendo subjacente a produção agrícola e sendo estruturada como um jardim das delícias, pleno de simbolismos, composto segundo os princípios do jardim do estilo francês. Estruturado numa malha geométrica, instala-se nos aluviões férteis e planos da várzea da Ribeira de Barcarena, com alinhamentos retos de sebes e árvores formando ruas, batizadas com nomes de fruto e personalidades, como é o caso da «Rua dos Damasqueiros« e da «Rua de Hércules», e percursos deambulatórios que culminam no Jardim da Cascata onde se concentram as representações simbólicas de várias lendas e entidades místicas, tornando-se um exemplar de uma intervenção na paisagem rural plenamente subordinada ao recreio lúdico dos sentidos. A presença da monumental cascata, projeto de Mathias Francisco, traz um caráter especial a esta quinta. Apesar do gosto pela geometria e conceitos de jardinagem próprios, os jardins franceses seguiram em certo ponto da história o conceito naturalista dos jardins ingleses. Não adotando completamente as características inglesas, os jardins franceses adaptam o naturalismo à sua conceção do jardim. Esta adaptação é também observada na conceção da cascata da Quinta Real de Caxias. Atualmente a Quinta Real de Caxias encontra-se parcialmente restaurada, onde apenas a área do jardim da cascata e três das ruas originais fazem parte deste conjunto. No jardim da cascata, cedido no protocolo de 1956, foram alvo de restauro os desenhos de buxo característicos da época, a cascata e terraços associados, a estatuária, os lagos e o sistema hidráulico que alimenta estas estruturas.
Estatuto: Público
Classificação: IIP - Imóvel de Interesse Público
Instrumento legal: Decreto n.º 39 175, DG, I Série, n.º 77, de 17-04-1953
Superfície:
Cotas altimétricas: 0-50 metros
Presença de áreas inundáveis:
Presença de lençol freático:
Presença de água: sim
Tipo de solo: Os solos Oeirenses são na sua generalidade Barros Castanho Avermelhados, provenientes da meteorização das rochas do complexo vulcânico de Lisboa e dos basaltos a ele associados.
Substrato litológico: Os solos inserem-se no conjunto dos arenitos, conglomerados, calcários, calcários dolomíticos, calcários margosos e margas.
Presença de sistema de rega:
(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)
Tipo de clima: Csa - Clima temperado mediterrânico, verão seco e quente (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 14.8 ºC (em janeiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.5 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.6 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 18.6 ºC (em agosto); a menos elevada, 8.3 ºC (em janeiro)
- Temperatura média anual: 17.4 ºC
Precipitação: 774 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: não
Via de caminho de ferro: não
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: sim
Central de produção de energia: não
Fauna: não
Outros: não
Tipologia de jardim : À francesa/barroco
Elementos decorativos : Cascata, Fonte, Lago, Pavilhão, Estátua, Tanque, Miradouro ou mirante
Estatuto : Público
Abertura ao público : Aberto ao público
WC : não
Classificado : Imóvel de interesse público
Mobilidade reduzida : possível