Identificação e descrição | |
---|---|
Nome do parque/jardim | Quinta da Penha Longa |
Região | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Concelho | Sintra |
Freguesia | União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) |
Data de criação | XIV / XVI / XX |
Tipo de proprietários | Proprietário privado |
Informação de contacto | Estrada da Lagoa Azul2714-511, SintraTel: +351 219 249 011 |
Página web: http://www.penhalonga.com/pt | |
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10038 | |
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3054 | |
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/69854 | |
Localização | Coordenadas: 38º 45' 45,24''N, 09º 23' 53,39''W Latitude: 38.7625666666667 Longitude: -9.39816388888889 |
Em 1355, durante o reinado de D. Afonso IV, Frei Vasco Martins e os seus seguidores chegam a Portugal e fixam-se no vale da Penha Longa na Serra de Sintra. Aproveitam a existência de uma ermida de Nossa Senhora da Piedade para começarem a vida de retiro e devoção e onde vão construir as suas primeiras celas. Em 1373, Frei Vasco Martins e os seus companheiros integram a Ordem Hieronimita e fundam assim a Ordem de São Jerónimo na Península Ibérica reunindo Castela, Aragão e Portugal. Em 1390 é efetuada a escritura de compra dos terrenos, onde viria a ser construído o Mosteiro de São Jerónimo da Penha Longa, patrocinado por D. João I. É ainda no reinado de D. João I que começam as obras do mosteiro pelo arquiteto régio mestre Gil de Sousa, concluídas em 1400. Em 1439, D. Pedro, regente do reino durante a menoridade do rei D. Afonso V, dá indicações para que se fizesse a demarcação do couto de caça conventual, que tinha sido prometido por D. João I. A demarcação do couto é mais tarde confirmada por D. Filipe II em 1598 e sucessivamente por D. Filipe III, D. José I, D. Maria I e D. Pedro IV. No século XV dentro da propriedade existiam grandes campos cerealíferos e vinhas que eram as chamadas terras de pão, searas e vinhas, seguindo uma economia de autossubsistência. Existia um sistema hidráulico de captação e distribuição de água proveniente da serra que abastecia as azenhas que por sua vez aumentavam o mosteiro. Já no reinado de D. Manuel I, século XVI, é construído um pequeno palácio, as hospedarias, junto ao mosteiro que servia para acolher os príncipes e a corte. D. João III, sucessor de D. Manuel I, continuou as obras que D. Manuel tinha iniciado no Mosteiro da Penha Longa, onde constrói o claustro e o jardim do Núncio. Em 1620, o Mosteiro apresentava sinais de degradação e os monges escreveram ao rei a pedir que este pusesse à sua disposição os meios necessários para que fosse possível recuperar obras que os reis anteriores tinham feito. Já no século XVIII, D. Pedro II reedifica as hospedarias e constrói novos edifícios de suporte como cavalariças e edifícios de suporte à caça. Após o terramoto de 1755 houve muitas obras e foi necessário reconstruir algumas partes do mosteiro. Em 1834 as ordens religiosas são extintas e a Quinta da Penha Longa é então posta em praça pública e adquirida pelo Marquês de Saldanha. Em 1842 a quinta passa a pertencer à firma C.D. & A.H. Lindenberg, sendo o seu proprietário Alfredo Lindenberg. Em 1850 a quinta é penhorada e posta novamente em praça pública, sendo então adquirida pela firma Bessone&Barbosas. O proprietário Tomás Maria Bessone mandou então reconstruir a igreja e recuperar o jardim do Núncio, o palácio e as hospedarias, utilizando estas últimas instalações para albergar os convidados das festas que dava na quinta que utilizava como lugar de repouso e recreio. Em 1987, a empresa japonesa AOKI Corporation investe na compra da Quinta da Penha Longa à família Correia de Campos. Esta empresa fez a sua primeira intervenção na quinta ao retirar eucaliptos que cobriam grande parte dos 67 hectares onde em 1992 foi construído um campo de golfe e em 1995 um segundo. Em 2013, a quinta é adquirida pelo Deutshe Bank, que ainda hoje é seu proprietário.
A Quinta da Penha da Longa está inserida na classificada paisagem cultural de Sintra, localizando-se no sopé da Serra de Sintra. É abrangida pelo Parque Natural de Sintra-Cascais.
Este local é constituído por dois campos de golfe, um spa e pelo seu hotel de cinco estrelas. Para além disto, integrado nos seus terrenos, possui um mosteiro histórico, um palácio e ainda jardins históricos únicos. O Jardim das Adens situa-se à frente do palácio. Atualmente são poucos os vestígios que restam do traçado original oriundo do século XVI. O elemento estruturante e que organiza o espaço é o tanque central, que ao longo do tempo sofreu diversas alterações designadamente nas suas dimensões. Composto por uma grande diversidade de flores que brotam todo o ano. No cimo de cada alegrete as paredes eram forradas com painéis de azulejos. Os acessos a este jardim eram feitos a partir do interior do palácio, tal como era possível aceder a este espaço pelo jardim, através de dois portões gradeados, um que dava acesso ao jardim do Cardeal Rei D. Henrique e o outro à fonte da Porca. São poucos os elementos que persistem desde a antiguidade no jardim das Adens. Acompanhando os caminhos naturalizados que constituem a quinta, surgem em direção ao sul, a exuberância das linhas puras e da simplicidade da construção apresentada no Jardim do Núncio. Afastado de toda a edificação imponente da quinta, este jardim localiza-se junto ao cerco, instalando-se no decorrer de uma linha de água que desagua naquela direção. Ladeado por dois montes e inserido na topografia existente, o jardim foi construído a mando do Arcebispo Núncio Pompeu Zambiccario no século XVI, em 1552, durante a regência do rei D. João III. O jardim era mais que um espaço de lazer, este lugar foi pensado para o culto e retiro espiritual do homem. Afastado das edificações e com um carácter próprio dotado de simbolismos, o Jardim do Núncio foi propositadamente implantado numa zona onde as paredes altas que o limitam são absorvidas pela imensidão da paisagem envolvente. Com uma pureza de formas lineares, a composição simétrica, a procura da perspetiva, a referência aos cânones da Antiguidade Clássica e a integração na paisagem envolvente, são alguns dos expoentes máximos dominados pelo Renascimento e que estão patentes neste lugar. Seguindo para sul da ribeira da Penha Longa, num eixo vertical, situa-se o Jardim de São Gonçalo, inserido numa encosta. Caracteriza-se por ser um jardim de estilo barroco no século XVIII, que se encontrava inserido na Quinta de São Gonçalo e por ser um local de repouso, fresco, que servia também como espaço de oração e miradouro. A localização do jardim em cima da encosta dificulta a simetria dos eixos do jardim. Ao centro encontra-se o tanque principal rodeado de três paredes que recolhiam as águas para regar o pomar de citrinos que se encontrava na envolvente do jardim. Na fachada principal, virada a nordeste, existe uma capela de invocação a São Gonçalo, revestida de azulejos azuis e brancos do século XVIII, com bancos laterais e um altar com a figura de São Gonçalo em madeira. À esquerda do tanque, subindo uns degraus, encontra-se um terraço para o antigo alpendre. Os muros que eram pintados com a técnica trompe l’oeil, a carmim e branco, setecentista.
Estatuto: Privado
Classificação: PN - Parque Natural de Sintra-Cascais
Instrumento legal: Decreto Regulamentar nº 8/94, de 11 de março
Superfície: 225 ha
Cotas altimétricas: 50-200 metros
Presença de áreas inundáveis:
Presença de lençol freático: nível freático encontra-se a considerável profundidade
Presença de água: sim
Tipo de solo: aluviossolos ou solos de baixa, que se inserem na ordem dos solos incipientes, típicos de zonas de baixa ou leitos de cheia. Com frequência afloram rochas, sendo caracterizados por elevado índice de pedrogosidade
Substrato litológico: situa-se perto do grande maciço granítico de Sintra, no entanto já se encontra sobre uma realização de calcários
Presença de sistema de rega:
(Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera)
Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 30.1 ºC (em agosto); a menos elevada, 15.3 ºC (em janeiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.2 ºC (em agosto); a menos elevada, 10.1 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 15.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 4.8 ºC (em janeiro)
- Temperatura média anual: 16.6 ºC
Precipitação: 735,3 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: não
Via de caminho de ferro: não
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: não
Central de produção de energia: não
Fauna: não
Outros: não