Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Quinta das Torres
Região Grande Lisboa
Distrito Setúbal
Concelho Setúbal
Freguesia União das freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão)
Data de criação XVI
Tipo de proprietários Proprietário privado
Informação de contacto Vila Nogueira de Azeitão (EN 10)2925-601, AzeitãoTel: +351 212 180 166Fax: +351 212 190 607
Página web: http://www.azeitao.net/quintas/torres.htm
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10415
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74293/
Localização Coordenadas: 38º 31' 11,83''N, 09º 00' 21,94''W
Latitude: 38.5199527777778
Longitude: -9.00609444444444

História

O morgadio ao qual pertencia a Quinta das Torres foi instituído no século XV por Rui Gomes da Grã. No século XVI a quinta foi oferecida por D. Beatriz, mãe de D. Manuel I, a seu neto, D. Afonso. Depois da morte de D. Afonso, a quinta passa para a sua filha D. Brites de Lara, em 1520, que a vai oferecer como presente de casamento – ainda sem casa erguida – a D. Maria da Silva e seu marido, D. Pedra Eça. Em meados do século XVI, D. Diogo de Eça, filho do casal acima referido, após ter residido em Sevilha e, provavelmente em Itália, converte a antiga casa num palácio com as suas torres e adapta a propriedade a uma quinta de recreio. (CALÇADA, M; PEREIRA DE LIMA, 2002-04)

Envolvente do jardim

Situa-se no sopé da Serra da Arrábida, numa encosta de inclinação suave. Está inserido num ambiente marcado por quintas de recreio. (CASTEL-BRANCO, 2014; CALÇADA, M; PEREIRA DE LIMA, 2002-04)

Descrição do jardim

A Quinta das Torres, como peça arquitetónica, é o melhor exemplo da influência do renascimento Italiano em Portugal: o palácio segue com rigor uma composição geométrica, os elementos decorativos como as pirâmides e os pórticos respeitam as regras dos Tratados e não foram alterados e adaptados ao gosto português, e o eixo da casa prolonga-se para o exterior dando unidade ao conjunto como acontecia em Itália. A entrada para a Quinta fazia-se pelo portão sul e o eixo de acesso que hoje passa despercebido fazendo parte de terrenos agrícolas, tinha a força e harmonia das villas da Toscânia. A própria localização do palácio, no cimo de uma colina armada em terraços ajardinados a norte e a poente, é em si um sinal da influência italiana e da inovação a que correspondeu na altura o facto de os palácios passarem a abrir-se sobre a paisagem. A relação destes nobres com a Índia levará ainda a novidades em espaço exterior que tornam a Quinta das Torres um exemplar único na Europa, pois é no jardim que melhor se confirma a influência em Portugal das soluções arquitetónicas de exterior Mogol: o lago quadrado centrado ao eixo da fachada norte tem no seu centro um pavilhão isolado refletindo-se na água, tal como se vê em tantos palácios Mogol e que antes de 1590 – data de fecho da obra das Torres - não aparece em Itália. Foi o contacto da nobreza portuguesa com a Índia que permitiu estas novas referências para a Arte dos jardins em Portugal, independentes da estética europeia. O lago do pavilhão reflete a fachada norte do palácio e assenta sobre um terraço, tendo tido no passado outras áreas ajardinadas que rodeavam o lago e que desciam em terraços que hoje não se veem. Para o lado poente, um jardim de buxo e dois lagos formam o terraço superior estreito que abre para o terraço da piscina. Dois outros terraços confirmam a clara intenção de manter a construção elevada e tirar partido da paisagem. Do lado nascente, por onde hoje se entra e que liga à estrada de Azeitão a Palmela (aberta nos anos 50), havia e há olivais de cor cinzenta que anunciavam a lavoura e se ligavam às vinhas a sul. Um levantamento de todas as peças de hidráulica - fontes, lagos, tanques, caleiras e repuxos - permitiu perceber a grande qualidade do sistema de águas e o contributo que a abundância de água, vinda por minas e caleiras sobre-elevadas das nascentes da Serra, permitiu trazer à arquitetura. O pátio interior é amplo, centrado numa fonte renascentista rodeada de laranjeiras, e a entrada para a casa faz-se por um pórtico serliano de proporções perfeitas. (CASTEL-BRANCO, 2014)

Informação administrativa

Estatuto: Privado

Classificação: IIP - Imóvel de Interesse Público

Instrumento legal: Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996

(Ver Decreto)

Superfície:

Botanica

Principais espécies botânicas presentes: Platanus hybridus, Chorisia speciosa, Olea europaea var. europaea; Bergenia crassifolia; Tipuana tipu, Parthenocissus tricuspidata (CALÇADA, M.; PEREIRA DE LIMA, 2002-04)

Fisiografia topográfica

Presença de água: sim

Pedología

Tipo de solo:solos de origem vulcânica do tipo Solos Pardos e Andossolos

Substrato litológico: Calcários

Clima

(Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera)

Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 30.1 ºC (em agosto); a menos elevada, 15.3 ºC (em janeiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.2 ºC (em agosto); a menos elevada, 10.1 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 15.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 4.8 ºC (em janeiro)

- Temperatura média anual: 16.6 ºC

Precipitação: 735,3 mm (precipitação total média anual)

Intrusões cénicas presentes na envolvente

Autoestrada: não

Estrada: não

Via de caminho de ferro: não

Outras infraestruturas: não

Exploração agrícola poluente: não

Indústria: não

Central de produção de energia: não

Fauna: não

Outros: não

Bibliografia

CASTEL-BRANCO, Cristina.Jardins de Portugal Lisboa: CTT 2014

DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL. Palácio da Quinta das Torres, incluindo o tanque adjacente e a Casa de Frescoa em forma de «Tempietto» [Internet] [Consultado a 15 jan 2015] Disponível em: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74293/

CALÇADA, Marta; PEREIRA DE LIMA. Quinta das Torres. [Internet]. Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, 2002-2004. [Consultado a 15 jan 2015] Disponível em: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10415

Características do parque/jardim

Tipologia de jardim : À italiana/renascentista, Terraço

Elementos decorativos : Lago, Fonte, Repuxos, Caleira, Pavilhão, Espelho de água, Mina, Tanque, Azulejaria

Elementos vegetais : Árvores de fruto

Estatuto : Privado

Abertura ao público : Não visitável

Classificado : Imóvel de interesse público