Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Jardins Garcia de Orta |
Região | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Concelho | Lisboa |
Freguesia | Parque das Nações |
Data de criação | XX |
Tipo de proprietários | Município |
Autor | Atelier ACB Paisagem |
Informação de contacto | Parque das Nações - Rua da Pimenta1990-096, Lisboa |
Página web: http://www.portaldasnacoes.pt/category/jardins/ | |
Página web: http://www.acbpaisagem.com/projectos/espacos-publicos/jardins-garcia-de-orta.htm | |
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=27053 | |
Localização | Coordenadas: 38º 46' 13,26''N, 09º 05' 31,26''W Latitude: 38.77035 Longitude: -9.09201666666667 |
A cidade de Lisboa candidatou-se para acolher a Exposição Universal Expo’98 e escolheu uma área industrial muito poluída, isolada da cidade, entre o caminho-de-ferro e o Tejo para aí a construir. A candidatura ganhou e em cinco anos foi necessário remover depósitos de petróleo, fábricas, matadouros, estações de tratamento de resíduos sólidos e de tratamento de esgotos, um aterro sanitário rematado pelo rio mais poluído do país, as refinarias, proceder à descontaminação dos solos e, uma vez limpo o terreno, passar à construção das estruturas necessárias à Exposição Universal espalhadas pelos 360 hectares de terreno plano. Neste âmbito foram criados os jardins Garcia de Orta, tendo sido projetados em 1994 e construídos entre 1997 e 1998.
De uma área industrial e poluída tornou-se num novo núcleo da Lisboa contemporânea, com um enquadramento urbano e com uma expansão visual para o rio Tejo.
No jardim Garcia de Orta procurou-se expor e relembrar as plantas que os portugueses introduziram na Europa e trocaram entre continentes na época dos descobrimentos. O nome de Garcia de Orta (1500-1568) foi escolhido por ter sido um dos naturalistas que partiu à descoberta de lugares novos para poder estudar e experimentar novas plantas. O jardim tem uma extensão de 400 metros, à beira-rio, e uma largura de 25 metros. O critério para a escolha das plantas foram o seu significado na história dos descobrimentos e a sua adaptabilidade ao clima lisboeta. O jardim está dividido em seis talhões onde estão plantadas e reunidas plantas de seis regiões diferentes, que são: África, Cabo Verde e Macaronésia, S. Tomé e Príncipe e Brasil, Goa, Coloane e Timor. Começando a Oriente, junto à Torre Vasco da Gama, no talhão de África, representa-se a baía de Moçâmedes, em Angola, com vegetação de estepe. De seguida, encontram-se as plantas da ilha de Inhaca, em Moçambique, caracterizada pela floresta clara das dunas litorais e a savana alta das zonas interiores, com grandes árvores dispersas. O talhão seguinte começa com a Ilha de Santiago, em Cabo Verde, paragem obrigatória das naus e caravelas, onde as espécies novas ficavam a recuperar da viagem até serem transportadas para novos territórios. Logo a seguir estão representadas as ilhas do Faial, nos Açores, e a ilha da Madeira, onde há uma grande raridade de espécies próprias das ilhas, constituída pela Laurissilva. No talhão central plantou-se a flora tropical do Brasil e de S. Tomé e Príncipe. Para garantir as condições tropicais foi construída uma estrutura de ensombramento para a floresta tropical que exige calor, humidade e sombra. Segue-se o talhão da Ásia com paredes de cores quentes que lembram as cores da Índia. A ilha de Goa está representada com plantas que há muito se não viam em Lisboa, como o Ficus religiosa, Ficus nitida, a Ravenala madagascariensis e a Mangifera indica. No talhão seguinte entra-se em Macau. As plantas foram escolhidas de forma a representar a floresta temperada quente, e optou-se por plantar arroz. Finalmente no último talhão decidiu instalar-se exemplares da flora da ilha de Timor, caracterizada por povoamentos de eucalipto branco ao qual se juntou o sândalo e uma linha de casuarinas. Este talhão já não existe, tendo sido destruído para a construção de um parque de estacionamento.
Estatuto: Público
Classificação: Nenhuma classificação
Instrumento legal:
Superfície: 1,3 ha
Características botânicas notáveis:
Principais espécies botânicas presentes: No talhão de África, que representa Moçambique e Angola, a composição foi baseada em vegetação rasteira. O número de espécies foi reduzido ao máximo para não dificultar a leitura do espaço, onde prevalece o material inerte e uma certa simplicidade. Estão presentes alguns exemplares arbóreos como a acácia e a Garcinia living-stonei. No talhão seguinte, o da Macaronésia e de Cabo Verde, estão representadas as seguintes plantas: no caso dos Açores e da Madeira destacam-se os chazeiros oriundos da plantação da Gorreana (Camellia sinensis), a cana-de-açúcar, o tabaco, e vegetação da Laurissilva, como o Laurus azorica, pau-branco, barbuzano e til; no caso de Cabo Verde tem-se elementos de grande destaque como o dragoeiro e a Phoenix atlantica e outras espécies como o indigo, o aloé vera, o feijão-pedra, a cana-de-açúcar, a purgueira, a lantana, o tortolho e a acácia americana. Já no talhão de São Tomé e do Brasil estão representadas chorisias, em que os troncos com picos estão cobertos por orquídeas, as bromeliáceas, geonomas, ingás, palmiteiros, ravenalas, bananeiras (Musa paradisíaca), colocásias, abóboras (Lagenaria), Abutilon venosum, Costus giganteus, Cyathea. Dominam ainda os fetos e begónias e o chão está coberto com prado palustre e pontuado de arbustos com cerca de dois metros de altura com exemplares como a Schefflera mannii. No talhão de Goa destacam-se as laranjeiras, as palmeiras, o durião (Durio zibethirus), o camomim (Murraya exotica), Areca catechu, a Michelia champaca, Caryota urens, a mangueira, o hibisco, a Ficus religiosa, a Nycthantes arbor-tristis, Melia azydarach, Erythrina variegata, Ficus benghalensis. As Cycas revoluta anunciam o talhão da China, representado por Coloane, a ilha mais a sul de Macau. Neste talhão podem observar-se bambus de tronco negro, arbustos de cores vivas e uma plantação de arroz no lago. As árvores aqui presentes são a albizia, a magnólia, a camélia e a bauhinia. Existem ainda a orelha-de-elefante (Macaranga tanarius), a Melastoma sanguineum, o alfinheiro-da-china (Ligustrum sinense), a Albizia lebbeck, a Braussonetia papyrifera, Ginkgo biloba e a árvore do pagode (Ficus virens).
(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)
Tipo de clima: Csa - Clima temperado mediterrânico, verão seco e quente (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 14.8 ºC (em janeiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.5 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.6 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 18.6 ºC (em agosto); a menos elevada, 8.3 ºC (em janeiro)
- Temperatura média anual: 17.4 ºC
Precipitação: 774 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: não
Via de caminho de ferro: sim
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: não
Central de produção de energia: não
Fauna: não
Outros: não
CASTEL-BRANCO, Cristina. Jardins de Portugal. Lisboa,CTT, 2014
Atelier ACB Paisagem Jardins Garcia de Orta [Internet]. [Consultado a 9 fev 2015] Disponível em: http://www.acbpaisagem.com/projectos/espacos-publicos/jardins-garcia-de-orta.htm
Portal das Nações Jardins [Internet]. [Consultado a 9 fev 2015] Disponível em: http://www.portaldasnacoes.pt/category/jardins/
Tipologia de jardim : Contemporâneo
Elementos decorativos : Lago, Cascata, Ponte, Tanque, Canal
Elementos vegetais : Cactos e plantas suculentas, Arbustos, Arvores, Fetos
Estatuto : Público
Abertura ao público : Aberto ao público
Classificado : Nenhuma classificação