Identificação e descrição | |
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Nome do parque/jardim | Quinta da Penha Verde |
Região | Grande Lisboa |
Distrito | Lisboa |
Concelho | Sintra |
Freguesia | União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) |
Data de criação | XVI |
Tipo de proprietários | Proprietário privado |
Informação de contacto | Rua Barbosa do Bocage2710 Sintra |
Página web: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=22684 | |
Página web: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70450 | |
Localização | Coordenadas: 38º 47' 35,42''N, 09º 24' 12,39''W Latitude: 38.7931722222222 Longitude: -9.40344166666667 |
No início do século XVI, o rei D. Manuel I doa a Quinta de El Rey a D. João de Castro como recompensa pelos seus feitos gloriosos. D. João de Castro, quarto vice-rei da Índia, decide construir nesse local a Quinta da Penha Verde. Em 1534, foi erigido o palacete, de estrutura muito simples e de dimensões reduzidas. Por volta de 1542, D. João de Castro manda construir a Capela da Nossa Senhora do Monte na quinta. D. João de Castro volta uma segunda vez a Goa, já como vice-rei, onde morre em 1548, ficando interrompida a sua obra. Por sua vez, os filhos e netos vão continuá-la, construindo mais capelas e fontes pela propriedade. Entre 1638 e 1651, D. Francisco de Castro, Inquisidor-Geral e neto do vice-rei, realizou obras de melhoramento, mandando ampliar o palacete e construindo duas novas capelas – a de São João Baptista e a de Santa Catarina. A par com estas construções, foram colocadas lápides exprimindo votos e cruzes de pedra, como cumprimento de promessas e de ação de graças a Deus.
A Quinta da Penha Verde localiza-se no limite do parque natural de Sintra-Cascais, na encosta noroeste da serra de Sintra, virada para o oceano Atlântico.
A Quinta da Penha Verde vai exprimir as várias facetas de D. João de Castro. A mística, no cumprimento de votos e promessas, transformados em capelas, e gravados na pedra; como a humanista de interesse e curiosidade científica, levando-o a cortar as árvores existentes, e plantar em seu lugar árvores estéreis e peregrinas e recolher na Penha Verde manuscritos persas e pedras de templos hindus, testemunhos da experiência de ligação entre a cultura Ocidental e Oriental. A casa é simples e sem grande ornamento e o terreiro é irregular e limitado por um muro alto. O portão de entrada tem o brasão da família Castro esculpido em pedra. O pátio fronteiro à casa é ajardinado e tem um tanque no centro. A mata que envolve o palacete é densamente arborizada com espécies de fruto não comestível. Ao sair da casa há um caminho ensombrado que leva até a um maciço granítico, para onde se sobe por alguns degraus, tendo de um lado e de outro duas pedras vindas da Índia, com inscrições em sâncrito, língua primitiva da Índia. Alcança-se um pequeno terraço ensombrado por dois sobreiros seculares, onde está a Capela de Nossa Senhora do Monte, de planta circular e encimada por uma cruz. O rochedo é rematado com um banco talhado no próprio granito e virado a poente, funcionando como um recanto do miradouro, onde três arcos terminam a meia altura com janelas com conversadeiras na parte de dentro. Da ermida passa-se para um caminho que leva à Fonte do Passarinho, coberta de azulejos, com telheiro e formando uma casa de fresco. Dali o caminho inflete para um largo com a Fonte de Neptuno. Numa cota mais elevada situa-se a Fonte do Paraíso, que forma um recanto, decorada com um painel de azulejos de várias cores e com bancos. Por um caminho que sobe em degraus largos chega-se à Capela de S. Pedro, de planta quadrangular, revestida a embrechados feitos com vidros, conchas e pedras pretas, onde a estátua do Santo se encontra sob um teto piramidal. A Capela de S. João Baptista situa-se noutro terreiro, de planta circular. Na cota mais elevada do terreno, no monte das Alvíssaras foi construída a Capela de Santa Catarina do Monte Sinai, de planta circular e com uma lápide à porta. O terreiro desta capela tem uma série de bancos e alegretes adossados ao rochedo e um miradouro. Os terraços armados por muros de pedra solta têm um sistema de rega em caleiras que transporta a água recolhida a montante da serra.
Estatuto: Privado
Classificação: MN - Monumento Nacional
Instrumento legal: Decreto n.º 39 175, DG, I Série, n.º 77, de 17-04-1953
Superfície:
Principais espécies botânicas presentes: grande percentagem de exóticas introduzidas sobretudo no século XVI por D. João de Castro e no século XIX por D. Fernando II e Sir Francis Cook.
Presença de áreas inundáveis: não
Presença de água: a vertente onde está situada a quinta é rica em água, sendo explorada através de minas
Tipo de solo: solos litólicos, húmicos, câmbicos, normais, de granito que, em parte de fase delgada apresenta afloramentos rochosos
Substrato litológico: maciço eruptivo com abundância de granitos, sienitos, gabros e dioritos.
Presença de sistema de rega:
(Dados do Instituro Português do Mar e da Atmosfera)
Tipo de clima: Csa - Clima temperado mediterrânico, verão seco e quente (Classificação de Koppen)
Temperatura:
- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 28.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 14.8 ºC (em janeiro)
- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.5 ºC (em agosto); a menos elevada, 11.6 ºC (em janeiro)
- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 18.6 ºC (em agosto); a menos elevada, 8.3 ºC (em janeiro)
- Temperatura média anual: 17.4 ºC
Precipitação: 774 mm (precipitação total média anual)
Autoestrada: não
Estrada: não
Via de caminho de ferro: não
Outras infraestruturas: não
Exploração agrícola poluente: não
Indústria: não
Central de produção de energia: não
Fauna: não
Outros: não
CASTEL-BRANCO, Cristina. Jardins de Portugal. Lisboa,CTT, 2014
PEREIRA DE LIMA. Quinta da Penha Verde / Quinta da Fonte de El-Rei. [Internet]. Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, 2005. [Consultado a 11 fev 2015] Disponível em: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=22684
Elementos decorativos : Fonte, Casa de Fresco, Azulejaria, Embrechados, Caleira, Bancos, Alegretes, Miradouro ou mirante
Elementos vegetais : Arvores
Estatuto : Privado
Abertura ao público : Não visitável
Classificado : Monumento Nacional