Identificação e descrição
Nome do parque/jardim Quinta das Machadas
Região Grande Lisboa
Distrito Setúbal
Concelho Setúbal
Freguesia União das freguesias de Setúbal (Santa Maria da Graça, São Julião e Nossa Senhora da Anunciada)
Data de criação XVIII
Tipo de proprietários Proprietário privado
Informação de contacto Quinta das Machadas de CimaEstrada das Machadas2900-466, Setúbal
Página web: http://www.acbpaisagem.com/projectos/jardins-historicos/quinta-das-machadas.htm
Localização Coordenadas: 38º 32' 20,45''N, 08º 54' 10,99''W
Latitude: 38.5390138888889
Longitude: -8.90305277777778

História

Desde 1760, ano em que Jacob Friedich Torlade, cônsul da Liga Hanseática, a comprou, até hoje, propriedade de Hugo e Carmen O’Neill, a Quinta das Machadas foi mantida e melhorada por esta família. A filha de Jacob Torlade casa-se com Carlos O’Neill, proprietário de uma quinta vizinha, aumentando a Quinta das Machadas. Durante a última metade do século XX a produção agrícola foi abandonada e as laranjeiras arrancadas. Em 2010, a quinta foi restaurada e dos poços voltou a subir a água que enche os tanques e corre agora nas caleiras, os repuxos foram repostos a sair das estátuas e o aqueduto voltou a funcionar para levar a água ao cimo da quinta. (CASTEL-BRANCO, 2014)

Envolvente do jardim

Contrastando com a parte mais moderna e urbana de Setúbal, entra-se por uma estrada rural que leva às velhas quintas e à Serra de S. Luís, já com um ambiente muito distinto. (CASTEL-BRANCO, 2014)

Descrição do jardim

O traçado original da quinta de malha ortogonal, constituído por caminhos e talhões de produção de laranja, ainda se observa atualmente. A quadrícula dos talhões relacionava-se com a forma como a água era recolhida e distribuída pelas laranjeiras. Pela quinta vêem-se os muitos poços e noras donde subia a água com a força animal, depois os tanques onde era armazenada, as caleiras por onde seguia ao longo dos caminhos até às caldeiras das laranjeiras, em que era deixada entrar através de pequenas adufas. A produção agrícola servia como cenário de fundo aos lugares de conforto. As pérgolas e bancos, nichos e fontes ornamentadas de embrechados acompanham os passeios. Os ciprestes escuros e verticais ajudam a composição e acentuam os eixos dos caminhos. Em vez dos tanques altos de lavoura sem ornamento, a grande reserva de água foi embelezada num tanque com formas barrocas, o Tanque de Thor, estrutura maciça, de planta hexagonal, com baixos-relevos, vestígios de frescos no paramento e nas duas taças exteriores de distribuição da água. Tem uma estátua de Thor, Deus da mitologia nórdica, e outra estátua, que esguichava água de um rebordo de pedra do tanque, que representa um monstro compósito identificado como a serpente Jörmungandr. Numa das taças em baixo-relevo há a assinatura dos fundadores: de cada lado, de um pelicano deitando água pelo peito, um medalhão com o retrato do casal de fundadores da quinta. Um grande aqueduto, ligado ao poço mais baixo, interseta com arcos simples e sólidos toda a quinta, levando a água para o tanque de cima de onde ela será distribuída, descendo pelo sistema de caleiras. No terreiro de entrada da casa, a fachada é rematada por uma varanda com namoradeiras ensombradas por um Cupressus lusitanica. A casa prolonga-se sobre uma ponte em arco toda revestida de glicínia branca e telhados em mansardas. A um canto do terreiro, um mascarão deita água para um tanque e do outro lado, numa lápide, ficou registada a vinda do Rei D. João VI, em 1825, como hóspede da quinta. A nascente da casa abre-se um jardim em terraço com namoradeiras e um Jacarandá. Dali, desce-se por uma escada estreita, por baixo da qual se alberga uma gaiola cheia de pássaros e entra-se num parterre de buxo bem talhado que circunda um lago redondo e em que um Plátano cobre a maior parte do espaço. (CASTEL-BRANCO, 2014)

Informação administrativa

Estatuto: Privado

Superfície: 5,3 ha

Botanica

Principais espécies botânicas presentes:Citrus sinensis, Cupressus sempervirens, Cupressus lusitanica, Wisteria sp., Jacaranda mimosifolia, Platanus

Fisiografia topográfica

Presença de lençol freático: sim, a cerca de 1 a 2 metros de profundidade

Presença de água: sim, nos vários poços, tanques e caleiras

Clima

(Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera)

Tipo de clima: Csb clima temperado com verão seco e suave (Classificação de Koppen)

Temperatura:

- Temperatura máxima mensal: a mais elevada, 30.1 ºC (em agosto); a menos elevada, 15.3 ºC (em janeiro)

- Temperatura média mensal: a mais elevada, 23.2 ºC (em agosto); a menos elevada, 10.1 ºC (em janeiro)

- Temperatura mínima mensal: a mais elevada, 15.3 ºC (em agosto); a menos elevada, 4.8 ºC (em janeiro)

- Temperatura média anual: 16.6 ºC

Precipitação: 735,3 mm (precipitação total média anual)

Intrusões cénicas presentes na envolvente

Autoestrada: não

Estrada: não

Via de caminho de ferro: não

Outras infraestruturas: massa de construção visível da periferia da propriedade

Exploração agrícola poluente: não

Indústria: não

Central de produção de energia: não

Fauna: não

Outros: não

Bibliografia

CASTEL-BRANCO, Cristina. Jardins de Portugal. Lisboa,CTT, 2014

Atelier ACB Paisagem Quinta das Machadas [Internet]. [Consultado a 12 fev 2015] Disponível em: http://www.acbpaisagem.com/projectos/jardins-historicos/quinta-das-machadas.htm

Documentos iconográficos

Características do parque/jardim

Elementos decorativos : Fonte, Pérgola, Embrechados, Tanque, Aqueduto, Edifício, Estátua, Caleira, Nora, Poço

Elementos vegetais : Árvores de fruto, Árvores de alinhamento, Arvores

Estatuto : Privado

Abertura ao público : Abertura sujeita a pedido

Classificado : Não